Um Sócrates no fundo do baú
Para Sebastian de Abreu Lobo Neto.
Um sentido que demora a suportar
e acaba nas dúvidas do eu
preso em armadilhas de palavras
que ao se cruzarem, se estranham
e acabam alfinetando verbos,
sonetando um adeus eterno...
restando na mente os sonhos,
no coração, a saudade ardilosa
no corpo, uma perpétua dormência,
desfeita em nós de versos
mal acabados, ferinos
frequentemente interpretados
com desleixo, preguiça,
a falta de tempo, correria
de voracidade em letras
em aforismos, filosofias
na sua música, seu violão
seu Bach e Pixinguinha
uma biblioteca entulhada
esta ânsia de solidão... eremita!
Findou! Nem mais uma vírgula,
sequer a interrogação. Eu vou...
deixando à deriva e vazio
singrando como ondas no mar,
seguir Camões em “Lusíadas
por mares nunca dantes navegados”
restando em tormentas, seu veleiro.
E em torrentes meu coração!
(27/05/2007)