Malvina de Albuquerque Santos Pereira.
Malvina de Albuquerque Santos Pereira.
Uma História de Amor!...
Não só pela fotografia, mas pela vida, por seus entes, pelo exemplar história construída.
Oitenta e dois anos de existência, setenta deles consubstanciando a utopia das fotos com a dura arte de viver dignamente. Policial, comerciante, e, por fim, fotógrafa, sua grande paixão.
Aos dezesseis anos já exercia profissionalmente, em “preto e branco”, mas fazendo as cores cintilarem aos olhos de todos.
Usando seu intelecto e argucia, enfrentou discriminação, intolerância, hostilidade, desconfiança e o machismo, se impondo com altivez para atingir suas pretensões e realizar seus nobres anseios.
Uma mulher à frente do tempo, a primeira fotógrafa profissional de Ribeirão das Neves.
Na década de setenta, aos vinte e nove anos, casou-se com José Pedro Alves Pereira, funcionário público na Penitenciária Agrícola de Neves, e o casal fixou residência em Ribeirão das Neves, Malvina, já mãe de Dulcinéia, Daniel e Dirlene.
Um acontecimento marcou a vida desta guerreira: o afogamento do filho Daniel aos dezesseis anos, na lagoa do Condomínio Nossa Fazenda, mas a vida tinha que continuar e seus dotes fotográficos foram, com certeza, o seu sustentáculo.
Aqui, e em cidades circunvizinhas, registrava com perícia e amor, célebres momentos, como casamentos, encontros de empresas, eventos na região metropolitana, as romarias, as festas religiosas em Aparecida do Norte, as festividades de Lagoa Santa, Sabará, Caeté, Serra da Piedade e Roças Grande, e, até mesmo, as praias de Guarapari e Rio de Janeiro,
Os álbuns dos primeiros mandatos de Washington Modesto e Aílton de Oliveira foram feitos por ela, e seguindo o dom dado por Deus, ensinou seu ofício para oito pessoas, que hoje são profissionais bem-sucedidos, inclusive sua filha, Dirlene Albuquerque, que segue com honradez a profissão da matriarca.
Hoje, viúva e aposentada, tem orgulho da profissão que abraçou, estando feliz com as filhas, os seis netos e quatro bisnetos, e ainda praticando seu maior prazer, usando o mundo digital e colorido.
Malvina é "Mulher Nevense" de coração, pura, invejável, amadíssima.
Nós temos orgulho em tê-la.
Mãe amada, avó, irmã, honradíssima, impossível não vê-la, não percebê-la.
Mesmo meiga, ou extremista, não houve quem a vencesse.
Como mãe, semeia esperança, como esposa, espalhou amor, como pessoa;
a vida fotografou.
* Mulheres Nevenses são muitas, porém, únicas.
Eber Emanoel (EBINHO) - 20/09/2021 - Recanto das Letras -
Texto: T7346670.