A cria do meu pai
Puxei ao meu pai, com toda aquela perfídia que escama sua pele, exala pelos seus poros e contamina o ar. Puxei ao meu pai com seu adultério eminente, que não há contentamento em uma única, exclusiva e bela mulher. Mulher que o ama, mulher que me ama verdadeiramente. Minha mãe. Esposa dedicada do meu pai adultero e pérfido. Mulher que deu cria a mim. Criança pérfida e adulta adultera. Sou verdadeiramente cria do meu pai. A sua verdadeira criação. Sigo seus passos com toda a dedicação de quem segue um deus. Sei onde o meu pai esta agora, sei onde cada coisa o levou. É o futuro que me aguarda. Sei onde vou estar. Sentada no trono infeliz da perfídia e solidão. Mesmo assim sigo seus passos. Sou uma filha dedicada. Meu pai é o deus que me criou.