Good bye, Billy
Era sempre uma certeza, encontrá-lo ali, num dos oito cantos internos do Bar do João do Bêjo nas noites de sexta-feira, quando o anfitrião comanda voz e violão, e se cerca de emissões canoras e sonoras do mais variado grau etílico. O Mário.
Esguio como ele só, ao seu abraço, ouvindo-lhe o coração, a gente se sentia mais - que outro jeito - seu amigo do peito. Diferentemente, e creio que de alguma forma, reverencialmente, dos irmãos, Ricardo e Mara, cantores refinados, o Mário emprestava apenas os ouvidos aos trinados do João do Bêjo e sua claque. Bastava-lhe a presença, como lhe bastava o papo dos amigos, em vozes e cores, que eram, e são todos, os notívagos frequentadores.
E era a pura simpatia, o Mário que a todos ouvia. Billy Gancho, na maior intimidade. Cronologicamente à sua frente por mais de uma década, eu achava que o apodo adviera de alguma personagem de quadrinhos, ou televisiva. Só mesmo ao ler seu obituário, Mário William, foi que pude descobrir, finalmente, a razão do Billy. Quanto ao Gancho, suponho que possa ter a ver com o Captain Hook...quem sabe o formato de seu levantino nariz, algo nos diz...?
A certeza que fica é que aquela mesa de canto, ocupada ou vazia, agora o personifica.