JOSÉ BASTOS DE SANTANA
Um legado centenário.
“Nenhum povo tem a consciência de seu destino e a certeza do seu valor se ignora o seu passado”.
Longe de mim a pretensão de acrescentar novos subsídios a história. Destarte, o centenário de Santo Estevão serve também para lembrar os seus filhos ilustres.
Miguel de Cervantes disse que o poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser, e o historiador há de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.
Em nome da verdade e preservando a história, descrevo com saudade e respeito, o político José Bastos de Santana, pessoa por quem eu tinha uma grande amizade e incomensurável admiração.
Deus nos dá o dom de eternizar em nós o que vale a pena e a gente decide o que vai ser eterno em nosso coração. A sua história não pode parar no tempo sem o devido reconhecimento. Eternizar José Bastos não é guardar a sua fotografia na parede e sim viver com saudade as lembranças e registrar os seus feitos.
Zé Bastos, como carinhosamente conhecido, era um vanguardista que acreditava na juventude como a força mais sutil do mundo. Um parlamentar de notável senso crítico, que gostava de aprender com o povo; um líder popular que jamais inclinou-se para o populismo e nunca deixou-se trair pela vaidade.
Exerceu o mandato de Vereador por várias vezes, candidato a Prefeito, fundador e Presidente do Partido Democrático Brasileiro - MDB, sob a liderança de Ulysses Guimarães, lutou com afinco pela redemocratização do Pais como líder da oposição, entusiasta e revolucionário.
Serviu a política com amor e representou um momento histórico de Santo Estevão. Sabia unir mentes e corações num processo de liderança. Um político moderno e sempre atual, de visão capaz de associar a lógica e a intuição.
Por maior que fosse o embate político, nunca lhe faltava a serenidade. Jamais renunciou ao equilíbrio, a sensatez e a retidão para com os companheiros. Até mesmo com os adversários políticos, pautava suas palavras com critério, evitando falar em público aquilo que poderia trazer-lhe desconforto na intimidade.
Tive o privilégio de conviver e poder contar com sua amizade magnânima. Homenageá-lo é mais que um dever, é minha obrigação. Faço isso com veneração e respeito ao homem que está no panteão da nossa história pela grandeza das suas qualidades.
No dia 17 de fevereiro de 2021 ele deixou o mundo físico e eu continuo fiel à sua memória e aos seus ensinamentos, mormente àqueles que não permitem transigir...
José Bastos era a soma de todos os afetos para presentear os amigos. Fica a saudade de quem não pôde ficar, mas viveu a sua lenda pessoal, cumprindo a missão que lhe foi dada e deixou como legado a sua impagável marca de grande líder, apaixonado pela política.
Por todo o sempre será lembrado, mas nunca substituído, pois o seu destino genético de ser humano é único: JOSÉ BASTOS achou seu próprio caminho, viveu sua própria vida e morreu a sua própria morte.
Fica a lembrança, a saudade e sua história.
Manoel Lobo.