NOS TEMPOS DA PANAIR!!! (UMA HOMENAGEM À ELIS REGINA).
 
RIO DE JANEIRO ANOS 60....
 
O taxi passava voando pelas Ruas de Santa Teresa e o Motorneiro orquestrava seu Bonde como ninguém num Rio de Janeiro onde os contos de fadas ainda existiam. Dentro deste taxi estava a pimentinha indo viajar para Porto Alegre num Show que ela iria fazer no Parque Lami e aproveitaria a deixa para visitar sua família. Elis já estava famosa no Brasil inteiro e aquele Motorneiro despertou na Pimentinha um ideia musical com ela sempre gostava de fazer ao observar a vida em sua Romarias cotidianas. Ao acender um cigarro, o taxi já se aproximava do Aeroporto do Galeão e a musica que tocava no Rádio era um Tango de Carlos Gardel na qual Elis era superfã e uma coisa começava a perturba-la.
Ao chegar no aeroporto acompanhada com seu empresário e alguns músicos que a acompanhavam sempre nos Shows. A Pimentinha não parava de olhar para os Aviões da Panair e algo que ela não entendia era o porque daquele fascínio com aqueles velhos aviões da maior empresa de Aviação do Brasil. Mas o que ela sentia era algo triste e nostálgico, ela sabia que tudo mudaria cedo ou tarde e que o futuro de nosso país não seria nada encantador e isso a fazia suspirar, de repente ela vê um menino tomando uma Coca-Cola e lembra de sua primeira Coca-Cola que fora tomada justamente dentro das "Asas da Panair". Sim, meus amigos! Elis tinha uma carinho especial por aquela empresa de aviação. Então ela apanha um pequeno papel e escreve as palavras: Motorneiro; Menino; Coca-Cola; Panair e volta a guardar o rascunho no bolso...
Ela estava animada com seu sucesso. A musica de Belchior chamada "Como nossos Pais", já era praticamente um clássico tocado nos 4 cantos do país e os shows não paravam. Mas antes de entrar no avião da Panair, Elis resolveu ir ao banheiro e todos já sabiam o que ela iria fazer. Sim, meus amigos Elis-Coptéro (apelido carinhoso) era usuária de cocaína e o vicio a atormentava como ninguém e ela prometia para si mesmo acabar com aquela merda, mas depois que desse uma "ultima" narigada. Então ela novamente mergulhou em seu vicio e uma frase veio em sua mente "Lambendo podre-delícia".... Ela anotou essa frase naquele velho rascunho e novamente fez outa viagem prometendo à si mesmo para com isso...
Ao entrar na classe Vip do avião, ela vai logo pedindo cerveja importada e sem querer solta essa perola para seus amigos "Cerveja que tomo hoje" com sua bela voz afinadíssima, todos aplaudiram a Little Peper que soltou um belo riso entrecortado com mais um trago no cigarro que ela nunca abandonava. Então o belo avião da Panair alça vôo para Porto Alegre e Elis Regina vai cantando durante toda viagem e bebericando whisky e comendo camarão. Todos ficavam extasiados com aquela voz de uma lenda viva de nossa Musica Popular Brasileira. A imortalidade musical já era nítida em seu semblante... Elis era uma estrela de enésima potência que o tempo nunca irá apagar...
Ao chegar em Porto Alegre, Elis teve a grande surpresa de saber que seu grande amigo Milton Nascimento também estava em terras gaúchas e ela não pensou suas vezes em procurar seu grande amigo que ela sempre chamava carinhosamente pelo apelido de Bituca. Dito e feito, ao encontrar Bituca, a Pimentinha ao abraça-lo foi logo dizendo:

- Hey Bituca! Tenho uns garranchos para ti véio! Passei a viagem toda olhando para os aviões da Panair e escrevi estes garranchos com minha feia letra... Acho que vai dar musica!!!!

Milton Nascimento apanhou o rascunho, sorriu e disse:

 
- Esse é a minha Pimentinha kkkkkkkkk......
Eddy Vomit
Enviado por Eddy Vomit em 10/08/2021
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