BRUNA
Traga-me teus olhos
E assim como a ferrugem encontra
O ferro e o sol que nos encontra a pele
Encontrarei teus caminhos
Teus anseios
Os lábios e hálito e cheiro
Que se espalham feito formas de ti
E as coisas, as coisas de ti
Do teu ser
De tuas máculas guardadas
Por detrás de segredos ditos aos ventos
E esses ventos
Que resistem em trazer teus olhos
Para mim
E levar-me ao encontro de ti
E tudo de ti que pertence somente a ti
E jamais serás como em outra mulher
Ou outra mulher serás como tu fora
São os ventos pelos quais eu clamo
E, dissidente, exclamo
Que como a chuva que acha o solo
Ou o pássaro encontra sua flor
Eu também encontre os teus olhos
E todos os caminhos
De ti — e para ti.
--- Feliz aniversário!!