"Não vá agora, espere o amanhecer..."

Sentia orgulho de sua filhinha pequena
Iam juntos para a escola, ele feliz, ela plena
À porta, sentiu-se tão só vendo o pai ir embora
E pediu: “Não vá, não vá agora!”

Ele assegurou-lhe que logo viria lhe buscar
Deu-lhe um beijo e saiu a andar
Ela o vendo ir longe sentiu um vazio
Mas deixou-o ir, não o impediu

Entrou com ela na igreja, deixou-a no altar
Sentou-se no primeiro banco, olhos a chorar
Ela olhou para trás e quis dizer:
“Não vá agora, espere o amanhecer”

Mas o pai acompanhou-a à porta, a vida lhe esperava
E lá se foi a filhinha ser feliz, e viu o quanto a amava
E os anos se passaram e houve lindos momentos
Onde pai e filha se amavam em todos os eventos

Um dia, porém, no hospital segurando a sua mão
Não quis mais ir embora, lhe doía o coração
O médico lhe avisou para ficar e o pai quis lhe dizer:
“Não vá agora, espere o amanhecer”

Relembraram a vida de pequena até um momento qualquer
Desde a escola, igreja, filhos, marido, até virar mulher
“Filha, eu gostaria de ficar, mas tenho que ir embora”
Ela então lhe disse: “Não vá, espere ainda, não vá agora!”

Homenagem para a minha filha
CRISTINA, amor de minha vida e razão de viver!
Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 23/06/2021
Reeditado em 23/06/2021
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