O Poeta não morreu - Irio Rodrigues
Onde andas Poeta, que não te encontro!
Estive na praça, no banco onde sentavas,
não te encontrei de pernas cruzadas...
Com tua velha bolsa, e pedaço de lápis,
Não vi tua bengala, nem o filho companheiro!
Sê mudaste de praça poderias avisar,
ou até mesmo poetar num pedaço de papel,
pra gente se encontrar e falar de poesia...
Quando te encontrei, finalmente sorrindo,
Naquela praça tão movimentada e límpida...
Rodeado de crianças ouvindo tuas estórias...
Imaginei que havia enfim te encontrado...
Num mundo onde há menos hipocrisia...
e, mais amor entre os seres humanos...
Vi tua alma iluminada, num facho de luz,
Ouvi o poema que recitavas falando de paz,
Sem mágoas, sem dor, sem rancor...
Com um brilho no olhar falavas de amor.
Quando retornei do meu fausto encontro,
me veio a certeza que estivemos juntos de novo...
Nesta estrada da vida, que se chama "saudade".
(Homenagem ao Poeta Pobre, Irio Rodrigues)
(Rio Grande,RS - 1937/2006)