MULHER

Sangue carmim

Encarnado é derramado.

Tinto, o desejo de justiça

É oprimido e acorrentado.

Liberto quase sempre na dor,

Faz-se pleno no voo

Escapando-se em luz para o universo,

Num caminho aberto nas estrelas.

Que sejamos companheiras

E que o sangue que frutifica

A inflorescência das rubras flores

Seja farol e guia

Para um amanhã de paz.

Para que as mãos que se levantem

Sejam apenas no sentido de oração.

E que as cicatrizes sejam substituídas por medalhas,

Que espelhem a essência da vida

Que Deus colocou sobre todas nós,

Que concebemos novos seres.

* * *

Pequena homenagem não apenas às 130 tecelãs que foram queimadas em 8 de março de 1857 em Nova Iorque, quando reivindicavam o que lhes era justo - uma das reivindicações era a redução na jornada diária de trabalho de 16 para 10 horas - mas a tantas outras que anônimas e silenciadas pelo medo, são vítimas de violência todos os dias.

Eva Gomes de Oliveira
Enviado por Eva Gomes de Oliveira em 08/11/2007
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T728061
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