O POEMA E O POETA: RORAIMA ALVES DA COSTA
O POEMA...
VENDAVAL
Exilo-me da vida,
sigo meu destino.
O meu espírito agitado
de homem comum
caminha sem rumo para além-mar.
Sou nômade efêmero,
filho da civilização decadente,
desligado da fé.
Na letargia do meu corpo,
percebo que sou apenas cadáver
em meio à idolatria dos templos.
Minha alma flutua morta
na atmosfera terrestre.
Sou estrela sem brilho,
sol sem luz,
oceano sem água,
sou:
Homem corroído,
banido do mundo
a te procurar!
...E O POETA
Roraima Alves da Costa, roraimense de Boa Vista, poeta, no convés da fragata desde 1956, é o que podemos chamar de "o poeta peregrino", justamente pelo fato de andar pelas escolas do Brasil ensinando os prazeres da leitura. O poeta, na sua intinerância, já palestrou para mais de 28 milhões de pessoas e já rodou alguns milhares de quilômetros pelo país. O poeta não tem residência fixa, visto que está sempre na estrada, se hospedando em casa de amigos ou hotéis. Roraima, portanto resolveu juntar a sua vocação de poeta com a extraordinária vontade de levar a leitura para alunos de todo o país. Segundo Caio Porfírio Carneiro, "demonstra constante preocupação em revelar uma face amarga do mundo" e segundo Galileu Nascimento, "apresenta um lúgubre tão próprio de um Augusto dos Anjos e um simbolismo fatalista que esbarra em Cruz e Souza". Em vista disso, é categórico afirmar que Roraima é um dos grandes poetas brasileiros de nossos tempos.
ENZOCB2021