Taça Amizade – 1956

A Taça Amizade existiu até os anos 50. Guarani e Ponte Preta jogavam um torneio de duas partidas onde o vencedor por pontos, de dois jogos (2 pontos/jogo) levava a Taça. Em 1956 aconteceram duas vitórias (uma para cada equipe) e um empate, e a taça ficou para o ano seguinte.

Na primeira partida, no dia 18/03/56, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, o Guarani venceu a Ponte Preta por 4x3. O arbitro foi Manoel Miró (SP), a renda foi de Cr$ 45.956,00. Os gols foram de Nonô (PP) aos 5 minutos, Benê (G) aos 7, Augusto (G) aos 42, do 1º tempo. No 2º tempo, Augusto (G), aos 13, aos 16, Baltazar (PP) aos 25 e Bibe (PP) aos 43 completaram o placar. As equipes formaram assim: Guarani F C: Nicanor; Waldir e Dalmo; James, Joe e Henrique; Portinho, Augusto, Benê (César), Villalobos e Vasquez (Ismar). Técnico: Aristides Pedro da Silva (V-8). A. A. Ponte Preta: Ciasca (Andu); Bruninho e Derém; Pitico, Carlito Roberto e Carlinhos; Noca (Nininho), Nonô, Baltazar, Bibe e Friaça. Técnico: Nico.

Na segunda partida, no dia 25/03/56, no estádio Moisés Lucarelli, Com arbitragem de Paulo Simões (SP), e renda de Cr$ 56.587,50, a Ponte venceu por 3x1 com gols de Baltazar aos 5 e Noca aos 42 minutos do 1º tempo, para a Veterana. No 2º tempo, Baltazar aos 5 minutos e Ismar, para o Guarani, fizeram os gols da partida. O goleiro Andu ainda defendeu um pênalti cobrado por Dalmo aos 33 do 1º tempo. Formações: A A Ponte Preta: Andu; Bruninho e Derém; Pitico, Carlito Roberto e Lindóia; Noca (Paulinho), Nonô, Baltazar, Bibe e Friaça. Técnico: Nico. Guarani F C: Paulo; Waldir e Dalmo; James (Nelson Faria), Joe e Henrique; Fifi, Augusto, Benê, Villalobos e Vasquez (Ismar). Técnico: Aristides Pedro da Silva (V-8).

Houve a partida desempate no dia 20/05/56, no Brinco de Ouro da Princesa. Guarani e Ponte Preta empataram em 0x0. A arbitragem foi de Pedro Calil (SP) e a renda de Cr$ 58.975,00. Com uma vitória para cada equipe e um empate a Taça da Amizade não teve vencedor, deixando-se a disputa para o ano seguinte.

O Guarani F C: Paulo; Dalmo e Palante; Nelson Faria, James e Henrique; Fifi, Augusto, Benê, Villalobos e Ismar. Técnico: Filpo Nuñez. A A. A. Ponte Preta: Andu; Bruninho e Derém; Pitico, Carlito Roberto e Lindóia; Noca, Nininho (Paulinho), Baltazar, Bibe e Nonô. Técnico: Gílson Silva.

Curiosidades: Baseado no que meu pai, Laércio Rossi, comentava, pelo Guarani, Dalmo foi aquele jogador do Santos F C, nos áureos tempos de Pelé. Villalobos era um atacante peruano. Augusto era um colega do meu pai. Meu pai trabalhava num bar e café do Sr. José Coelho, na 13 de Maio, perto da Andrade Neves. E o Augusto morava em uma pensão perto da Andrade Neves e ia tomar café no Bar do Sr. José Coelho. Ele pedia pela janela para meu pai o que queria. Meu pai preparava e Augusto pagava pela janela, mesmo, e ficava conversando com meu pai. Ficaram amigos. O técnico do Guarani nos primeiros dois jogos era o Aristides Pedro da Silva, apelidado de V-8, por ser um famoso fotógrafo de Campinas. Filpo Nunes aquele famoso treinador argentino que treinaria a academia do Palmeiras dos anos 60. Única equipe que faria frente ao Santos de Pelé e cia. E na Ponte Preta, Ciasca um dos melhores goleiros da Ponte Preta, lembrava um pouco o Oberdan do Palmeiras, famoso colecionador de discos em Campinas. Andu um goleiro bom, também, que muitas vezes jogava no 2º quadro (na preliminar dos jogos era comum ter um jogo da equipe de 2º quadro. Às vezes quando alguém se machucava antes de entrar na partida principal, o do 2º quadro entrava de início, atuando duas vezes. Muitas vezes o 2º quadro jogava contra boas equipes amadoras ou de cidades das redondezas). Bruninho, o Bruno Morelli, era professor da Escola Técnica Bento Quirino. Bruninho atuou na Veterana de 1942 a 1959. Em 570 partidas ele fez 75 gols. Nasceu em 1º de maio de 1925 e morreu aos 80 anos em 2005. Bruninho era para a Ponte Preta uma espécie de sir Stanley Matthews, jogador da seleção inglesa na copa do Brasil de 1950 que defendeu por cerca de 20 anos o Stoke City. Bibe, meu pai considerava o melhor número 10 da Ponte que ele já tinha visto. Veio do C A Ypiranga, da capital paulista. Jogou no São Paulo, também. Friaça era aquele autor do gol da Seleção brasileira de 1950 na final contra o Uruguai. Nininho jogou na Portuguesa de Desportos do grande time de Djalma Santos, Nininho, Julinho, Pinga e Simão, bicampeão do Torneio Rio-São Paulo dos anos 50. Carlito Roberto era jogador que viera do Rio de Janeiro. Parece que eu “via” essas partidas através do relato do meu pai.

Este texto é uma homenagem ao senhor Laércio Rossi, meu querido pai, que passou desta para uma outra dimensão em 2019. Era uma pessoa muito especial. Era torcedor da Ponte Preta e do Palmeiras. Foi Maquinista da Cia Mogiana de Estradas de Ferro. Por cerca de 30 anos. Era um médium espírita muito bom. Meu maior exemplo de vida!

Luciano F S Rossi, 1/05/21

Luciano Fernando
Enviado por Luciano Fernando em 01/05/2021
Reeditado em 01/05/2021
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