CRAVOS DE MAIO
«Homenagem ao 1.º de Maio»
Depois de Abril chegou o Maio –
O Primeiro de Maio magistral,
Considerado por alguns de soslaio –
Qual chuva de Cravos, na Capital.
Cravos de Maio, mais qu´ em Abril –
Vencida de vez a fealdade
Daqueles tiranos d´ alma hostil –
P´ la pertinácia da Liberdade…
Cravos de Maio, horas d´ emoção
Dum povo – em marés mais de mil –
Ruas e avenidas em convulsão
Pela indómita Onda d´ Abril.
Chuva de Cravos, vindos do céu
Em asas de pássaros gigantes,
Na aura de um foco sem labéu,
Pendentes dos gritos triunfantes…
Sobre a multidão, cravo a cravo
Laureando os feitos dos heróis,
Mitigam do povo o seu agravo
P´ las sete dores, em sete sóis…
A Voz, no canto das palavras
Saídas do peito Lusitano,
Palavras-fogo, rio de lavas
De um vulcão, outrora insano.
A erupção foi a Voz do Povo,
Hoje a Bandeira desfraldada
Na esperança dum País novo
Nascido à luz da Madrugada…
Cravos vermelhos d´ alma branca,
Que Vermelha foi, na convicção
De virtude feita alavanca,
Na perene Barca da Revolução.
Depois de Abril, Maio virou flor
P´ la energia e p´ la Fé resiliente
No futuro Sonho promissor
De um colectivo transcendente.
Vivas e vivas pra quem labuta,
Vivas e vivas para quem canta,
Vivas e vivas, para quem luta,
Já agora, pra Liberdade Santa!
Frassino Machado
In POR CECA E MECA