UMA HOMENAGEM A AIRTON SENNA
Os Astros Passam Para Ficar
"Mors honesta vitam exornat".(Cícero)
(Uma morte honesta enobrece a vida)
São Paulo não podia parar
Mas... São Paulo parou...
Parou muitas vezes para ver uma bólide passar...
Como dizia o poeta:
"Passa a estrela cadente,
O Astro também passa.
Mas permanece
eternamente".
E o Astro passava,
não como uma estrela errante
que se perdeu em órbita...
Passava tão rapidamente que,
mal se podia acompanhar a sua velocidade,
nem compreender o mistério que o envolvia.
Se escapava-nos a compreensão,
restava-nos a alegria.
Ia deixando na esperança
um rasto de luminosidade
aos olhos contemplativos,
às mentes a bólida imagem,
à Pátria a exuberância
aos corações a efusividade.
Aí São Paulo não podia mesma parar!
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Mas... de repente, São Paulo parou...
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Rompeu-se o fio tênue e frágil,
estancou-se para sempre
aquele movimento pendular.
Aí... São Paulo parou...
Parece que foi ontem...
As lágrimas, em comoção, espargiram-se...
A saudade, já latente, em nossa porta
em visita prematura.
Que desventura...
São Paulo que não podia parar,
parou...
Parou pela última vez
para ver o Astro passar.
Os Astros são assim:
passam tão de repente, que
passam para ficar eternamente.
Os Astros são assim:
são levados... conduzidos...
a um espaço virtual
para, um dia, serem guiados
a um só Podium Celestial.
(Osvaldo Resquetti, 04/05/94)