Soul Rebel

Comecei com Africa Unite: era a primeira música do lado B de Survival.

Eu tinha dezesseis anos e mal podia imaginar que aquela música me levaria a ter um ídolo.

Os discos de vinil eram da minha mãe, talvez do meu pai.

E eu sempre os invejei por terem sido jovens no auge dele.

Um auge que se eternizou e permanece influenciando o mundo por suas ideias e ideais.

Descobri mais e mais álbuns. Conheci sua vida e sua morte.

Comprei o que pude naquela loja de discos raros, perto da escola.

Precisava de encomenda e de muitos dias de espera.

Aos poucos, um a um, eu tinha todos os discos que vieram a partir de Burnin’.

Kaya eu ganhei do meu pai, Babylon By Bus também.

Como eu ouvi Satisfy My Soul e Punky Reggae Party depois disso!

Encantei-me com Natty Dread e sua maravilhosa Revolution.

Embalei meu bebê muitas vezes com Caution ou African Herbsman, que descobri em coletâneas.

Mas o bebê cresceu e ama mesmo é Baby We’ve Got a Date: quantas vezes cantarolamos “rock it baby rock it baby, tonight!” pela casa?

Não poderia ser diferente, pois Cath a Fire é mesmo todo incrível, talvez meu favorito, pois Concrete Jungle e Kinky Reggae estão lá.

De Uprising tatuei Redemption Song na pele, uma homenagem à libertação das mentes que a música propõe.

Confrontation me surpreendeu com Chant Down Babylon.

Jamming é, de longe, a melhor de Exodus. Mas Natural Mystic tem aquele início que eu queria ter dançado em algum show dele, se eu fosse de outra época.

De Live! eu fico com Them Belly Full, que tornou definitiva a minha admiração por toda a obra que eu passaria a vida desvendando.

Roots Rock Reggae é imbatível em Rastaman Vibration. Conheci primeiro War e me lembro até hoje da emoção que senti, era o vídeo de um show. Um show que eu gostaria de ter ido. Só precisava ter nascido antes.

De tudo isso, de toda essa trilha sonora tão presente na minha vida, a minha grande música, mais amada e ouvida é Soul Rebel.

Compreendo, com esta canção, porque ele foi e continua sendo o rei do reggae. Além de alma rebelde, uma lenda. E porque sempre encontro motivos para querer ouvi-lo.

Meu corpo flutua e eu me conecto comigo mesma.

Sinto todo o significado que um ídolo representa para alguém.

Bob Marley, que faria 76 anos hoje, embala meus momentos, bons ou ruins, desde sempre.

Que ele possa estar comigo em todos os meus dias! E com todos que puderam conhecê-lo nos discos de seus pais.

(uma singela homenagem ao aniversariante do dia)

Aru Lapolli
Enviado por Aru Lapolli em 06/02/2021
Reeditado em 07/02/2021
Código do texto: T7178033
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