Francisco Victor Chagas — Capítulo, II
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
EM PIUM (TO)
As atividades nos garimpos se tornaram para ele, um sacerdócio, uma missão de vida. Como era movido a sonhos, esperança e fé aguardava o momento dum dia melhorar de vida nesse labor.
Na cidade de Pium continuouo o seu trabalho de garimpagem. Como bom brasileiro, não era de desistir nunca, daquilo que se propôs a fazer…
CONHECEU OTÍLIA
Assim como o diamante é encontrado nos veios de aluviões, nas profundas crateras, em 1949 encontrou o tesouro da sua vida (D. Otília Pereira Chagas), natural de Carolina, sul do Estado, chamada carinhosamente de Paraíso das Águas, cidade que cresceu às margens do Rio Tocantins.
O casamento se deu na Fazenda Matança, Porto Nacional (TO), em 21 de Julho de 1950.
Com os anos a riqueza em forma de bênçãos dava as caras ao casal; tomava conta da casa com os filhos, que chegavam um, a um; em 1952 veio o Clóvis, a Maria das Graças, o Nonato… Posteriormente noutro contexto vieram outros: Cleuvanes, Luiz Carlos, Maria da Conceição, Ângela. Assim com a ampliação da família enchia de alegria e vida aquele doce lar.
O seu Chagas vivia a se embrenhar, nos rios, nas chapadas e cercanias do lugar, a procura das pedras preciosas, do metal precioso, da subsistência da família.
Da cidade de Pium mudaram-se para Xambioá, Porto Nacional, Dois Irmãos.
A MIGRAÇÃO AO NORDESTE DE GOIÁS
Para cumprirmos os nossos desígnios até mesmo dum bom lugar precisamos sair; como tudo não era flores em dois Irmãos e, apesar do deixar para trás, algumas conquistas,
os amigos que conquistou, seguiu com tudo que pôde levar e rumou para o nordeste de Goiás. Fixou residência em Campos Belos. Criou a família, educou os filhos e viveu até os últimos dias da sua existência.
EM CAMPOS BELOS
A família Chagas chega a Campos Belos em 1962/4; cidade duma região de planícies, cortada por rios, cercada por montanhas, com a fama de ter havido exploração no passado de cristais, ouro...
O experimentado, Chagas naqueles trabalhos de minerar, viu, naquilo um prato cheio; se sentiu no lugar certo, muito à vontade para a labuta.
As técnicas de, extração mineral usadas na época eram as mais rudimentares possíveis.
No seu trabalho usava bastante, a bateia, a picareta, alavanca, balança, triturador, peneira...
Explorava leitos de rios, e ambientes rochosos; nada passava despercebido dos olhares 'cirúrgico' do mestre garimpeiro Chagas, atento aos vestígios das riquezas minerais, que, desconfiava estar, por todos os lugares.
MÃOS À OBRA
Se jogou na lida garimpeira com a força e a coragem que tinha, pelos campos, valados e serranias do lugar, na busca do seu horizonte; às vezes só, outrora com alguns companheiros de confiança.
A prospecção, a extração, o transporte, o armazenamento, a busca por parceiros comerciais para a venda dos produtos minerais, a via-sacra para encontrar melhores preços, a comercialização, tudo eram feitas por ele mesmo (o seu Chagas).
UM BAMBURRO
Um dia Ganhou o Morro da Cruz e como bom católico devia rezar pelo caminho. Seguiu no lombo da serra (No divisor das águas) até próximo ao balneário do Rio Bezerra, onde descobriu o mapa da mina: uma lavra de cristais bonitos (naquele tempo muito valorizado).
Com bastante determinação, trabalho, suor melhorou de vida (nesse e noutros bamburros), equilibrou as finanças, se fez querido de todos no lugar e fora dele; não faltaram mais 'amigos', o seu nome correu a terra e se tornou conhecido até no estrangeiro.
*Nemilson Vieira
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(13:01:21)