Defilardes Barbosa da Rocha
Por Nemilson Vieira (*)
Outro dia eu soube do paradeiro dum amigo dos primórdios da minha existência. Há bastante tempo que não o vejo. — Trata-se do Defilardes Barbosa da Rocha.
Vi numa plataforma umas fotos da antiga Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, da primeira rodoviária junto a ela, das casas, das pessoas, dos veículos do meu tempo de menino!
Registros que ajudam a contar a história e, a retratar o período áureo do nosso convívio na cidade.
Na sequência, apareceu uma postagem dum vídeo, o seu, onde executa e interpreta uma música que homenageia a sua cidade natal, Campos Belos(GO).
Por certo os campos-belenses, ficaram felizes com o aparecimento do artista, e com a canção da sua verve.
Todo poeta fala das suas origens; da sua vida, da sua gente, dos seus amores… O Defilardes não fugiu à regra: é só observarmos as letras das suas canções!
O carinho, o amor que têm com as pessoas principalmente da terra que o viu nascer e crescer, é muito grande! Bem como o seu encantamento com a vida.
Fiquei radiante de alegria com as boas novas, sobre o amigo em questão…
Se estabelecera em Brasília e virou servidor público da Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo do (DF). Nesta instituição desempenha as funções de Técnico em Assuntos Sociais.
Mesmo no exercício desta atividade laboral, manteve a sua vocação artística e deixa de alguma forma, feliz da vida, os seus admiradores.
O espinho quando tem de furar, de novo traz a ponta. Com uns sete anos de idade Defilardes já revelava aos poucos os seus dotes na arte de cantar e tocar violão.
Dos onze aos quinze anos apresentava os seus repertórios musicais à comunidade local. Nos aniversários, parquinhos de diversões e, Mobralteca Itinerante, ao aportar na cidade.
Alimentava desde cedo o ideário de compor as suas próprias canções e registrá-las num disco de vinil ou num CD.
Musicar os seus poemas, interpretá-los e executar o seu instrumento, era algo latente e como bom brasileiro não desistiu.
Numa ocasião apresentou-se no Circo Peteleco, ainda garoto. Fez bonito: encantou a plateia ao cantar e solar as suas canções prediletas.
Depois vieram outros e mais outros artistas... A cidade tornou-se um celeiro de celebridades da música; local, goiana e até brasileira.
O Defilardes muito requisitado alegrava um público eclético da comunidade em que vivia; do religioso, às festinhas familiares e outros.
Pelas ruas, praças e bares da cidade ouviam-se sua voz a ecoar ao som dos seus acordes musicais.
Nos dias claros e nas noites sem luar, em que as estrelas brilham mais, era visto rodeado de bons amigos da elite campos-belense; nas redondezas da Toca do Coelho (bar tradicional do Seu Tico). O Defilardes brilhava como um luzeiro…
Amei um vídeo seu em que, homenageia a pessoa mais importante da sua vida: a sua mãe, Dona Eurídice Barbosa da Rocha (saudosa memória). Muito Linda a canção; fiquei encantado com a grandiosidade da composição e a cadência interpretativa da mesma! “Como pode uma letra tão simples, ao ser musicada, tornar-se tão esplêndida!” — Pensei.
O administrador do 'Blog', o jornalista Dionomar Miranda, agregou ao material postado por ele, um parecer sobre o ilustre conterrâneo: “DefilardesBarbosa é uma figura encantadora. Ainda menino via em Campos Belos o músico e poeta, dedilhar o seu violão, cantando prosas e versos, com tanta paixão, como os mais célebres compositores brasileiros. Uma das suas mais notáveis composições foi feita em 1984, dedicada à sua terra natal: Campos Belos e Lembrança.”
Também arrisquei um comentário no rodapé da matéria: “Grande Defilardes!...
Faço minhas às palavras dum ilustre intelectual da cidade - Adelino Machado: Campos Belos é mesmo um chão de Poetas".
Sem medo de errar posso dizer que este meu amigo é mesmo um grande talento! Um compositor, instrumentista e intérprete de encher os olhos!
Fora o meu colega de aula, no ensino fundamental, na Escola Batista, – colégio tradicional de referência no ensino privado durante muitos anos na cidade. - Privilégio para poucos estudar naquela instituição.
“É importante que o nosso nome fique pelo menos na história da nossa cidade; quando eu não estiver mais aqui nessa Terra alguém irá lembrar: puxa, o Defilardes fez alguma coisa!” — Ponderou o amigo a mim, numa conversa telefônica.
”Quando permitimos a nossa luz brilhar, abrimos possibilidades a outros fazerem o mesmo”
Ao nascer com um dom não devemos deixá-lo guardado ou adormecido dentro de nós.
“Desperta o dom que há em ti!”
Parabéns ao amigo Defilardes, pela pessoa que é, por sua história de vida!
Gratidão por nos oferecer a sua tão sincera amizade; as suas ‘preciosidades’ poéticas, na forma de canções!
*Nemilson Vieira
Acadêmico Literário.
Texto publicado no Jornal O Vetor, em 13 de setembro de 2017.