Aumento da licença maternidade
Licença prolongada
O projeto que tramita na câmara federal para aumentar a licença maternidade de quatro para seis meses é socialmente desejável, humanamente justo e economicamente prejudicial (sob o ponto de vista do empresário sem visão).
Dentro deste último aspecto podemos observar resumidamente os fatores a seguir através da hipotética situação (muitas vezes real) abaixo.
Um empresário tem 10 funcionários em sua loja. Três homens e sete mulheres. Duas delas (as mais produtivas) casaram-se no ano passado e já estão grávidas. Uma dará a luz dentro de 2 meses e outra, dois meses mais à frente. E ainda não tiraram férias. Isto significa que o dono da loja perderá duas funcionárias de alta qualidade por quase nove meses! Tudo bem que ele não terá de suprir os salários de ambas, cobertos pela previdência durante o período. Mas o ritmo da loja sofrerá com a situação. Se o dono tiver mentalidade tacanha, escolherá sobrecarregar os demais ou contratar dois novos empregados (ameaçando a titularidade das que estão em licença no momento) e não mais desejar mulheres em sua empresa.
Se ele tiver percepção social para evitar atritos, fará acordos com suas funcionárias de forma que elas possam trabalhar meio expediente por 3 dias na semana, tarefas que possam realizar em casa, sistema de substituição, alteração temporária de funções, criação de creche no local, transporte para as novas mães, uso da internet e outros tipos de atrativos que possam amenizar o impacto da ausência integral das funcionárias no local de trabalho.
Que a nova lei possa ser aprovada e que os empresários tenham visão inteligente para negociar com quem gera a vida e traz um clima ameno e belo ao ambiente de trabalho.
Afinal de contas, trabalhar onde só tem barbados e carecas é relativamente desagradável. Mesmo na construção civil, onde esta tradição é histórica.
Haroldo P. Barboza – Andaraí / RJ – Matemático e Poeta – out / 2007
Autor do livro: Brinque e cresça feliz!