Aqualtune - A Princesa Guerreira

Era uma vez uma jovem, bela e guerreira africana, filha do rei do Congo. Seu nome era Aqualtune, e tinha 10 mil guerreiros ao seu comando, era o século XVII. Um dia Aqualtune perdeu uma batalha e foi vendida como escrava, vindo parar em Pernambuco, no Brasil; por ser bela, jovem e forte, logo Aqualtune foi feita de reprodutora por aqueles que a escravizavam. Aqualtune engravidou, mas uma princesa guerreira jamais deixaria de lutar, e Aqualtune sabia que ao nascer, seu filho seria tirado dela e vendido, foi então que ela ouviu falar do Quilombo dos Palmares, que ficava em Alagoas e que desde 1580 fora povoado por escravizados fugidos da Bahia e Pernambuco, Aqualtune não teve dúvidas, teria de fugir e encontrar esse Quilombo. Faltando poucos meses para que o seu filho nascesse ela conseguiu fugir e encontrar o Quilombo dos Palmares.

Ao chegar no Quilombo, Aqualtune foi reconhecida como princesa por alguns moradores do quilombo, que provavelmente eram de sua etnia, então foi lhe dado um território para governar, ela teve 3 filhos, sendo eles: Ganga Zumba, Ganga Zona e sua filha mais velha, Sabina. Sabina foi a mãe de Zumbi, Aqualtune foi a avó de Zumbi dos Palmares, sem ela a história seria diferente. Então por que não se fala de Aqualtune? Talvez por ser ela mulher. Da mesma forma não se fala de Dandara, a companheira de Zumbi, ou da rainha Tereza de Benguela (vale a pena a pesquisa).

No dia em que se comemora o "Dia da Consciência Negra", vemos a omissão que se faz às grandes mulheres como Aqualtune, vemos uma história sem uma memória real, como um livro com páginas rasgadas, como que para tirar o sentido e mudar a verdadeira ordem da história.

Escrito por: Júnior Cordeiro

Fonte: Mulheres do Brasil

De: Paulo Rezzutti