Memórias ( Pai Ozorico)

Memória Póstuma

(Pai Ozórico) 19/10/1979

Perdi papai, ainda cedo.

Talvez, quatorze, quinze anos.

Seguira ele, ao trabalho, e, não mais retornou!

Nunca mais ao seio da família, voltou!

Falta de sorte, fatalidade, destino?

Sei lá... Conclusão da jornada!

Subitamente caído ao solo, dona morte; o levou.

Há mais de quatro décadas, fatídico dia, da família, o separou!

Sem piedade ela, a dona morte, nos visitou.

Junto a ela papai, levou!

Meu coração? Sagrara muito.

Luto, ausência, choro e dor. Muita dor!

Eu não sabia que doía tanto, que doía tanto;

perder um pai. Juro não sabia… Eu não sabia!

Dificuldades extremas, velório, dúvidas, dividas.

Contas a pagar! Perdemos não só um pai, o pai.

Perdemos o leme, o rumo, o prumo!

A deriva em grande nau, a naufragar!

Por muito, a fome, batera em nossa porta.

A barriga roncava, doía, doía. Muito doía!

Dona morte, atrevida, impiedosa chegou.

Não nos avisou, fora cruel.

O que faríamos; sem a presença do pai?

Mas, a vida tem seu curso, decurso.

A luta fora dura, não cessara!

Duro também trabalhava para os irmãos menores, alimentar.

Pois... corria e corre, em minhas veias;

sangue de guerreiro, bravo lutador!

Cuidei da família da melhor maneira possível.

Com extremo zelo, carinho e amor.

Não! Não posso e nem devo questionar o tempo que passou!

A nada posso, nem devo questionar!

Pelo contrário; devo sim… agradecer!

Agradecer o fabuloso tempo que fora por Deus, presenteado.

As bênçãos que a nós, foram providas, para com papai, conviver.

A saudade é imensa.

A lembrança, intensa, real.

Dezenove de outubro.

De Mil Novecentos e Setenta e nove.

Escorrem ainda…

Saudosas lágrimas.

De natal a natal!

Direitos Reservados

Adilson Tinoco

Adilson Tinoco

O

Poeta das flores!

AdilsonTinoco
Enviado por AdilsonTinoco em 06/11/2020
Código do texto: T7105276
Classificação de conteúdo: seguro