Todo fim de tarde, o pessoal no sítio de Dona Benta costumava se reunir para admirar o pôr do sol. Quando, por algum motivo, não podiam estar todos juntos, cada um procurava um cantinho para isso.
   Naquele dia, Narizinho estava na janela de seu quarto, junto com Emília. O sol havia acabado de desaparecer atrás da montanha quando viram uma pequena luz brilhante riscar o céu.
   - Olha, Narizinho! Caiu ali no pasto, tenho certeza!
   A boneca pegou a mão da menina e saíram correndo para o quintal.
  - O que será, Emília? Uma estrela cadente? Ou o anjinho que voltou?
   - Acho que é um disco voador! – falou a boneca, baixinho.
   As duas se aproximaram da claridade que logo se apagou, revelando uma pequena armação prateada, em forma de charuto, que de repente se desintegrou e mostrou um menino aparentando mais ou menos a idade de Pedrinho.
  Emília arregalou os olhos de retrós e disse:
 - Meu caríssimo viajante do céu, você não se parece com um extraterrestre!
  O menino, que vestia um macacão que parecia todo sujo de fuligem, estendeu a mão para cumprimentar a boneca.
  - Eu não sou de outro planeta. Sou daqui mesmo da Terra, mas vim do futuro. Muito prazer, Noah.
  Narizinho pulou de alegria.
  - Do futuro! Que maravilha. Prazer, Lúcia, mas pode me chamar de Narizinho. De que ano você veio?
  - De 2070. Cento e cinquenta anos no futuro!
  Emília piscou para Narizinho.
  - Acho que você errou na conta, senhor Viajante do Tempo. Não são 150 anos, estamos em 2020.
Décio Diniz
Enviado por Décio Diniz em 30/10/2020
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