Ser de luz
Dona Miriam, Miriam, Nena, Mira, vó, Mãe, Mamãe Mainha ou ainda Minha linda e perfumada garota, foi assim que sempre ouvi soar o nome desta grande figura humana. Figura tal, que foi incapaz de deixar passar um sofrimento alheio sem se comover ou “tomar as dores", figura esta, que abria mão do bem material, seja ele qual fosse, em favor de quem se interessasse por aquilo. Figura tão grande e de coração igualmente enorme que, com certeza não cabia em seu próprio corpo terreno, mas que transborda nos coração de quem lhe circunda, que ultrapassa até o seu amor próprio em benevolência ao seu próximo. Ah Dona Miriam, como gostaria que nossas vidas fossem eternas para desfrutarmos ilimitadamente de tua bondade, como gostaria de te seguir nos teus exemplos. Estou convicto que em tua nova morada as flores serão amarelas, as comidas serão gostosas, as luzes não se apagarão, teus cheiros embriagarão até os mais exigentes olfatos e tua estrela resplandecerá em grandeza infinita. Tenho certeza que na hora do teu julgamento o martelo da justiça quebrará todas as muralhas que por ventura poderiam impedir tua caminha ao encontro do pai celestial. Por outro lado, ele, o nosso pai eterno, te receberá de braços abertos, com tapete vermelho e trombetas de ouro anunciando a chegada de mais um anjo no reino dos céus, onde abrilhantarás e intercederás ainda mais pelos teus que aqui ficaram, como sempre foi o teu costume. Muito obrigado por tudo, nossa eterna gratidão talvez não se compare aos gestos de amor e ajuda ao próximo que praticastes na tua passagem por este plano, sem esperar retribuição de quem quer que seja, ou contrário, exigia o silêncio da tua bondade. Como sempre dissestes: “quando eu partir, quero deixar saudades e não alivio”.
Deixastes muita saudades e gratidão a quem cruzou o teu caminho.
Maerson, 22/10/2020.