Dia do Poeta
Testemunho de uma Poetisa
Eu tinha oito anos de idade, e a vida já me emocionava, me tocava profundamente. Certo dia depois de uma aula cívica da minha querida professora Margarida, escrevi no caderno uns versinhos:
O azul trás o céu
O branco a paz
O amarelo trás o ouro
O verde a esperança nos trás.
As pessoas não sabem
Não sabem viver
Elas não vêm a vida
Como a vida nos ver.
Deus trás a vida
Para viver
Mas elas não sabem
Não sabem viver.
Poucos anos depois, aos doze anos, fui assistir um evento de escola na Biblioteca Pública do Estado em Recife, era uma contação de história com o escritor Ariano Suassuna.
Aquela cena nunca me saiu da cabeça, aquele homem esguio, de porte alongado, trajando social, uma voz forte, sotaque de um nordestino raiz, o olhar focado nas crianças para transmitir a cada uma, a emoção do conto.
Sai dali extasiada, e na minha meninice inocente decidia que me tornaria amiga fiel das letras.
Da história que Ariano contou nada lembro, de certo foi superada por uma outra, a que gravei, contida naquela figura humana talentosa, amorosa e que me transmitiu a mais bela inspiração para minha vida, ser escritora e poeta.
CarlaBezerra