Amigos de Sempre

Por Nemilson Vieira (*)

“Quem têm muitos amigos, pode congratular-se, há amigos mais chegados que um irmão…” — Bíblia.

Os amigos de infância sem dúvida marcam a nossa vida para sempre; temos por eles um “quê” a mais. Perdoem-me os demais amigos que vieram depois! Nem por isso sois menos importantes.

Ao viver por muitos anos na Terra das Alterosas, isolei-me, de alguns ternos amigos de Campos Belos.

Já perdi muita gente boa da minha cidade…

Ao retornar à cidade, ainda me encontro, com vários 'amigos de sempre', outros impossíveis: por não estarem mais entre nós.

Paciência, isso faz parte de um ciclo natural.

Sou muito gregário: adoro manter e fazer novas amizades a cada dia.

Na medida do possível reponho essas perdas irreparáveis desses amigos, que ao longo do tempo, por um motivo qualquer nos deixam.

Cada amigo que uma alegria, os que vão, um baque, um vazio que fica…

Com o tempo me conforto mais…

Outro dia, ao acessar um blog dum jornalista da minha cidade — faço isso com regularidade… — Deparei-me, no topo da página, com a foto e notícia da morte trágica de um amigo da terra, não pude conter-me e fui às lágrimas. — De uma maneira, que os transeuntes da minha rua, ouviam o meu lamento.

Numa visita ao meu reduto familiar, agarrei-me a oportunidade de rever um grande amigo de infância, que há mais de 30 anos não a via.

— O Claudionor, filho do seu Chico Pedro (saudosa memória), um dos primeiros mestre de obra e atleta memorável do futebol amador da cidade. Atuou no Campos Belos Futebol Clube (C.B.F.C), nos idos anos.

Num domingo à noite, um dia antes do meu regresso a Minas Gerais, Adão, seu irmão, ligou-me para avisar-me, que o dito amigo das antigas (Claudionor), estava na cidade.

Corri para vê-lo. Afinal de contas era uma oportunidade única de matar uma grande saudade…

Alegremo-nos bastante nesse encontro!

Não pomos toda a conversa em dia, pois nem bem começamos a parlamentar, fomos interrompidos por um telefonema do atual vice-prefeito, diretor e radialista de uma rádio comunitária local, Zé Cândido Cardoso; também o nosso amigo de infância.

Ao saber que eu estava agarrado de prosa com Claudionor, pronto: fomos intimados por ele, na mesma hora a comparecermos à sua residência.

Como não se convence uma autoridade constituída, muito facilmente…

Restou-nos, naquela mesma noite, acatar as suas ordens; apesar das horas avançadas.

Fomos recebidos com honrarias de Chefe de Estado; assim como fazem os verdadeiros líderes, com os seus ilustres convidados.

Demonstrou sensibilidade com a cultura literária local: ao relatar-me que lera no ar, no seu programa “Manhã Sertaneja”, o meu primeiro artigo jornalístico “O Pôr-do-Sol em Campos Belos”, publicado no Jornal O VETOR (www.ovetor.com.br). — Colocou alguns livros de escritores da cidade e região, sobre uma mesa imensa na varanda da sua casa e discorreu sobre o conteúdo de cada um.

Ao concluir o fechamento da prosa, nos convidou a estarmos no seu programa na Rádio Atividade, F.M., 87,9 às 7h00 da manhã do dia seguinte. Resistimos, mas confirmamos as nossas presenças.

No programa falamos um pouco sobre a nossa infância, na “terrinha”; falei da minha trajetória de vida, formação acadêmica, produções literárias.

Para não fugir à regra das boas relações…

O presenteei com duas Antologias acadêmicas, em que figuro como um dos autores. Disponibilizei também, dois exemplares das obras aos ouvintes da rádio, a serem sorteadas.

Viajei feliz da vida, de volta, ao reduto dos mineiros; com as energias renovadas, pelo reencontro com os velhos amigos.

Continuo cada vez mais convicto, de que, o lugar dos “amigos de sempre” é mesmo “do lado esquerdo do peito”.

Ainda é tempo de plantar alegria, amizade, fraternidade…

Como digo: o maior patrimônio duma cidade é mesmo o ser humano que nela vive. A sua maior riqueza são os amigos que conquistamos, e os mantemos, ao longo do tempo.

Feliz dia dos amigos!

(20:07:16)

*Nemilson Vieira de Morais

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.