Voa, Athanase, voa! ( Réquiem)

Para Athanase Vantchev De Thracy

Voa, Athanase, voa! ( Réquiem)

Delasnieve Daspet

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Eis que é chegada a hora do adeus. Em sua ultima poesia, pouco antes da morte,

O poeta de todos os povos, clamou:

“Venha, venha rápido, minha Noriko!

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“Abra suas asas gentis, caminho para o vento.

Sigo em direção das nossas puras almas de crianças.

Venha, venha logo, minh `amada irmã.

Venha tocar com seus dedos leves, a beleza do tempo” ( trecho)

Athanase Vanthev de Thracy (28.09.2020, Hoskovo)”

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Escute o que disse o poeta. Leia com ‘alma, o seu canto de adeus.

Chamou para a luz e para o abraço, na pureza do amor fraternal.

Sabia que o seu caminhar já era curto. Disse que cumprira sua missão.

Na poesia, no sorriso, na amizade, no amor e na caridade, juntou todos os povos.

E, agora, os dias e as noites já se fazem saudades.

As lágrimas secam em faces tristes.

O vento espanta a nuvem que chega...

Perdão, tristeza! Voo de maneira incerta...

Levo, nos ombros, terrível ausência.

E o silêncio agasalha nossos dias.

Tento entender a liberdade. O voo de corpo e alma,

Em outras dimensões. Buscando lugar para novos sonhos.

Aqui, os pássaros, não cantam. Os rios não correm.

Ainda, assim, florescem as flores, e, a vida continua.

Já não existe culpa, nem o medo.

A despedida é o recomeço!

Retornar ao inicio. Ao pó. Ficam pelos caminhos, perdidos,

A caravana dos sonhos, dos ventos e do sol.

Sobra-nos a nostalgia. Tênue e abrasadora. Em tons vermelho-saudade.

Parte Athanase, com a certeza do dever cumprido.

O cotidiano igual, repete-se em cor cinza.

Ouves os clarins?!

Que a brisa da morte o leve, na cor do sol. Onde e permitido ter como manto

O universo. Lembranças queridas o acompanham.

Voa, Athanase, Voa!

Grande poeta e querido amigo,

EVOÉ!

Campo Grande-MS, Brasil, 10 de outubro de 2020.