“OLHOS DE CRIANÇA”
Vive o mundo da alegria, mesmo em lar de tristeza
Olhos de Criança!
Vê todas as cores na mente, sendo a tela em preto e branco
Brinca com carrinho de pau, imaginando-o de metal
Mima a boneca quebrada, cuidando, como se inteira fosse...
Olhos de Criança!
Chora diante da morte, sonhando ser pesadelo
E na saudade, brinca e ri...abraçando a morte
Vestindo-a de casaco de lã
Olhos de Criança!
Chama inimigo de amigo.
E de tia, sem saber quem titia
Conversa com o Pai Eterno
De mãozinhas espalmadas!
Sussurando às nuvens
Sentindo-se protegido
Sem nunca pai ter tido
Olhos de Criança!
Enxerga o mundo perfeito
Vivendo de ilusão
Com felicidade no peito
Imaginando-se herói
Bravamente, vencendo o algoz!
Olhos de Criança!
Ao passar pelo horror, esquece...
Não sente rancor, esconde a dor
O duro peso...
Crescendo, estando forte
Levanta a pedra!
Vê a cara do desamor...
E sendo tão feia e torpe
Chama a criança aos olhos
Pede ao amor que a pinte
De areia bela e móvel
Olhos de Criança...
Sempre!
(Reeditei aqui na RL, dedicando hoje ao Dia das Crianças, especialmente às que a mantém vivas, internamente, na caminhada da vida)