Campos Belos — II

Por Nemilson Vieira(*)

A sua imagem embeleza, enche-me de júbilo!

Num perfil descarpado há milhões de anos ganhou contornos montanhosos e de tão formosos, alindou o lugar.

Cresceu, evoluiu e não é a mesma dos meus primórdios; o visual é outro, realçou ainda mais a sua beleza; as pessoas são outras, igualmente belas; salvo as exceções.

Muitas gerações passaram por seus limites e se foram; brilharam nos mais variados seguimentos da vida…

O poeta o eternizou nos versos da sua canção:

“O tempo passa/ mais a gente acha/ um velho amigo perdido na praça/…

” Encontrei-me com o Jair do seu Anjinho, na Praça da Matriz. — Uns trinta anos que não nos víamos; quanta alegria!

O tempo é desgastante para tudo e todos, nesse mundo; expressou-se o compositor local, numa letra musical: “Até as serras estão mais desgastadas”.

Os seus relevos, espaço geográfico, cerrados sofrem agressões, humanas, continuamente… No planejamento urbano inadequado, nas construções irregulares, no motor serra, no fogo; mas a consciência da 'preservação da natureza' chega gradualmente, para mudar essa realidade desoladora…

É dinâmica a história, a vida da sua comunidade; modifica-se rapidamente ao passar das eras…

O seu 'bem' é o que mais importa a minha querida cidade! Tal sentimento bom que carrego, eternizou-se em mim; — sem arredar o pé, vive estático, num afeto sem fim!

Nunca deixei de mencionar-lhe, nas minhas conversas, como o meu referencial geoambiental.

Tenho saudade de tudo daí: da mamãe, dos entes queridos, dos amigos; do sol, do luar, duma árvore; do ar que respirei, da congregação que congreguei; das cavalgadas, das noites em claro, das madrugadas! Não me adapto a outro lugar.

— Sou com Campos Belos um filho, ligado à mãe em carinho e amor; assim é que somos.

“Para quem não vi, deixo o meu abraço!”.

*Nemilson Vieira

Acadêmico Literário.

(23:02:17)

*Nemilson Vieira

Acadêmico Literário.

(23:02:17)