CRÉDITOS - A MORTE DE ROMEU E JULIETA - GUSTAVE KLIMT
Mais uma singela homenagem à minha eterna musa
Realidade
Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho…
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho…
Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo da Espanha, em taça cinzelada…
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho…
Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que nasci…
Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei… se te perdi…
FLORBELA ESPANCA
Realidade II
Em ti encontrei a luz da minha vida
O tom para as minhas frases
E a tua boca tão querida
Mostrou-me a falta que me fazes
Teu beijo é deveras sensual
Teus lábios vermelhos como rubis
Arrepias-me mas não faz mal
A cada um peço sempre bis
Cerras teus belos olhos castanhos
Para mim são encantos tamanhos
Que condizem com tua pele morena
Mas se para ti sempre fui desejado
Porque não me queres mais a teu lado
Serei apenas mais uma tua cena?
FERREIRA ESTÊVÃO
Recebi do mestre Solano Brum esta espetacular réplica, que muito me honra e por isso a publico na sequência dos dois primeiros sonetos.
Visitem a escrivaninha deste inspiradíssimo amigo e colega das letras.
Realidade III
Em ti, o meu olhar pousou suave...
E em teu sorriso, vi pétalas maceradas!
Teu corpo foi minha própria nave...
E teus olhos, duas meninas assustadas!
Eu vim ao mundo para te encontrar...
Nasci, bem antes do teu alvorecer!
O botão que havia, eu o vi desabrochar,
A ornar o canteiro do meu entardecer!
Até que um dia... (Há sempre um dia,
E a realidade chega sem se esperar...)
Tu me deixaste sem muita galhardia!
E eu que pensei num grande amor!
-Se foi suave o pouso no teu olhar,
Tenho hoje a trave que me causa dor!
Recebi da mestra poetisa Cristina Gaspar esta espetacular réplica, que muito me honra e por isso a publico na sequência dos primeiros sonetos.
Visitem a escrivaninha desta inspiradíssima amiga e colega das letras.
Nasci morena para os teus versos pontuar
inspirar-te lentamente deixando viva a magia
Teus caminhos me percorrem me fazendo flutuar
cada poro repletos de fonemas construindo poesia
Mergulho nos teus cabelos lisos e castanhos
desvendando cada perfume que de teu corpo exala
Tormentos nas delícias desandaram em picos tamanhos
te encontrei nos gorjeios, mas, te perdi, a emoção se abala
Ébrios ficaram meus passos, etéreos desencontros
meus sóis se apagaram trazendo dias sem luz
Para os momentos enluarados não estávamos prontos
Restos de esperança me envolvem e vitalizam
amor existe, é fato, então, a razão insiste
Deus é Maior, as areias do tempo não paralisam