Rosa de Minas e Do Mundo
Por Nemilson Vieira (*)
Poderia recorrer ao princípio da insignificância e ater-me, da responsabilidade dessa homenagem.
Como as rosas despertam admiração e desejo… não ignorei tão belo sentimento. Não descansei na inércia, no indiferentismo.
Quem não se rende à formosura das rosas é porque lhe falta um coração pulsante, uma alma sensível.
Ah! Essas rosas…
Desejamos muito ganhá-las e amamos ofertá-las!
No percurso da história brasileira, ganhamos e perdemos tantas rosas valiosas que, nem sabemos quantificá-las.
Belas e perfumadas rosas a nossa pátria abrigou e tantas outras ainda virão; mas, como as rosas de Minas não serão.
Deus fora generoso com os mineiros: ofertando-lhes uma rosa encantadora! Conhecida no Seu jardim como João Guimarães Rosa. Permitiu que a roseira germinasse, sua Rosa desabrochasse nos ermos dos gerais.
“Junto do sertanejo de pés descalços, do tropeiro, do vaqueiro Manuelzão, do gado; das veredas, dos buritis e mananciais”.
Mesmo Minas sendo muitas, como dizia o homenageado, ainda foram poucas, para o reter unicamente para si, em seus domínios, tanto talento e brilho dessa Rosa e fora compartilhado com outros povos, línguas e nações, a grandeza do Seu feito.
— Assim a Rosa não se tornou somente de Minas Gerais, transpôs os mares.
A vida e obra desse expoente da literatura brasileira, não se restringem mais apenas às montanhas ou ao berço que nascera — Cordisburgo, ganhou o mundo.
“Pela sua arte de escrever tornou-se um cidadão, que mesmo não estando mais entre nós há tanto tempo contribui para firmar a sua cidade, o seu país no contexto mundial da cultura”.
Por certo, essa Rosa ainda continuará a encantar a nossa alma, pela eternidade afora. — A sua fragrância, a perfumar a terra e a nossa imaginação.
*Nemilson Vieira de Morais.
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(24:08:17).
Texto original publicado na revista da sessão solene na Câmara dos Deputados do DF, Brasília. Em 2017, em memória ao cinquentenário do falecimento do escritor João Guimarães Rosa.