A Folha
Por Nemilson Vieira (*)
Depois do banho no frescor do orvalho, no doce sereno do amanhecer…
Desprende-se do galho a folha; com o sopro da brisa se põe a rolar…
A folha se movimenta, da queda ao final do percurso. Ainda morta cumpre o seu desígnio…
Se faz pássaro, se põe a voar o voo do pirilampo.
O seu verde característico da esperança mistura-se ao pó da estrada…
Depois da queda não mais interessa a beleza estética que havia na folha.
Em todo o seu histórico de folha, o que mais conta é a missão que irá cumprir: adubar as plantações e cooperar no equilíbrio do ciclo dos minerais.
Sem uma força-motriz própria para se locomover na jornada, ainda assim segue o seu caminho.
Vaga a folha diante de nós; por quintais, ruas, telhados, parques, campos, florestas… — Sem formosura para ser desejada; embora útil.
O esforço natural da folha não é perdido. Há um exército do bem, na defesa e cuidado na ajuda à folha.
A brisa, a chuva, a humidade, o calor, os fungos, as bactérias sintetizadoras, os microorganismos.
No momento oportuno se transformará mais ainda, num precioso material orgânico da maior grandeza.
Não há de se ficar triste com o peregrinar da folha.
Um dia será vista, notada no verde viçoso das árvores, no teor energético do nutriente das frutas, das hortaliças, do alimento de cada dia. — No seu ciclo de vida.
*Nemilson Vieira de Morais
Gestor Ambiental, Acadêmico Literário
(09:10:14)