JIRAU DOS CÉLEBRES: ANTÔNIO FILIPE CAMARÃO
O COMBATENTE PERNANBUCANO
Antônio Filipe Camarão, nascido Poti ou Potiguaçu (Capitania de Pernambuco 1600 ou 1601- Recife 1648), militar pernambucano, foi batizado em 1614 e convertido ao catolicismo, sendo educado pelos jesuítas. Frei Manoel Calado dizia que Camarão "era destro em ler e escrever e com algum princípio de latim". Considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do português; "era tão exagerado em suas coisas, que, quando falava com pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "cortesão em suas palavras, grave e pontual e, além do mais, muito respeitado". Auxiliou, no que se refere às invasões holandesas no Brasil, a resistência que foi organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. Organizou, à frente dos guerreiros de sua tribo, ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores. Sua esposa, Clara Camarão, que o acompanhava, e que foi tão combatente quanto ele, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), de Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada por Maurício de Nassau. Distinguiu-se, na primeira, comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes (1648), pelo que foi agraciado com a mercê de "dom", o "hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo", o "foro de fidalgo com brasão de armas" e o título de "Capitão-Mor de Todos os Índios do Brasil". Morreu no Arraial Novo do Bom Jesus (hoje área pertencente a Recife) em 24 de agosto de 1648, em consequência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte, foi sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho dom Diogo Pinheiro Camarão.
Fonte: Wikipédia
EnzoCB2020