Filho de Pobre
Filho de pobre, criatura miúda
Ninguém o ajuda
Nem quer por perto,
Conhece o descaso desde menino
E contra o destino
Já nasce esperto.
És gente escarrada, também invisível
E faz o possível
Para aguentar,
Filho de pobre que honra a família
Pra onde se vira
Tem que estudar.
Donde encontro a marra que o cobre?
Filho de pobre
Não foge à luta,
Sempre festeja com o pouco que tem
Dança tão bem
E ao rico insulta.
Filho de pobre que vagas sozinho
É tanto caminho
Que às vezes se perde,
Longe de casa e do apoio dos pais
Não sabe o que faz
A si desconhece.
Tua vida corrida e muito apertada
É como se nada
Quisesse dar certo,
Filho de pobre que teima e avança
É a esperança
Que tenho por perto.
Se queres sossego, uma vida sem dor
E também um amor
Tens pouco a pedir,
Mantenha-se firme é só o que digo
Meu pobre amigo
Tu vais conseguir.