O ADEUS A RONALDO ADRIANO 1950 1990

Faleceu em 21 de agosto de 2020 e já deixa saudades, Ronaldo Adriano com várias obras alegrando casas pelo Brasil afora e a a mais famosa talvez seja a guarânia "O último adeus", oportuna para o momento triste de sua partida. Como integrante da Sala de violeiros Vicente Machado fiz um texto homenageando-o lá no Facebook que repasso para este Recanto logo abaixo:

" Os violeiros da Sala Vicente Machado sensibilizados pela morte do grande cantor e compositor Ronaldo Adriano, 1950 -2020, compartilham a dor da família enlutada e enviam mensagens de pesar e luto. Sua memoria contudo, bem sabemos, segue e permanece viva em suas obras pelo Brasil que chora a ausência deste grande artista mineiro."

E ainda: No ano de 1992 fiz neste recanto mesmo um artigo intitulado DOIDA DEMAIS RONALDO ADRIANO sobre seu trabalho que alavancou grupos musicais como o Trio Parada Dura de modo que trago para este quadro de homenagens logo abaixo:

"As canções derramadas são prato cheio de bares de baixo calibre, boates de beira de estrada, bordeis de cidades mais pobres ou empobrecidas e em todo lar onde impera o alto consumo de bebidas com alegrias perenes, estopins de confusões como consequência e motivando casos de polícia por não excluir quebradeiras e em alguns casos, assassinatos. Sabe-se que em síntese essa e a alegria do brasileiro com orçamento barato e não podemos esquecer que vitrolas com som em decibéis batendo o gongo alimenta perigosas ilusões que não podem de modo algum ser impedidas sob pena de um sujeito ao se divertir ficar muito zangado com quem faz isso entrando no seu caminho. Dai o festival de catiripapos, socos, facadas garrafas quebradas e claro alguns tiros. Isso ai. Nada disso é novo e não tem lugar do Brasil para ser escolhido. Mas vamos dar algum registro para uma época na certeza que isso não acabou e não acaba nunca.

Em alguma lugar na década de 70 o cantor/compositor Ronaldo Adriano (creio) encontrou com o cantor Lindomar Castilho, especialista em canções apaixonadas no bom estilo latino e fizeram as rádios furar fonogramas com a música Doida demais, entre outras de igual gênero que soaram melodiosas Brasil afora, com vendagens generosas de Long-plays pai do CD, avô do Pen Drive que estão na atualidade continuando a verve, mandando cachorros pra debaixo das mesas com suas zoeiras.

Depois disso, Adriano fez carreira solo com o Long play "Doida desalmada e atrevidas", e mais alguns, aproveitando o nicho de sucesso garantido, tudo rodando feito pneu de Opala nas máquinas das casas boêmias recheadas de homens desocupados, de saco cheio e coração vazio.

Tal alegria melodiosa e artificial com já citado acima, foi motivo de muita briga e discussão entre a gente mais comum, dados à preferências para uma canção cujo objetivo seria justificar o alto consumo de bebidas, associado com a pobreza e desilusões amorosas em lugares onde a diversão barata tem vez e eles vão desde de pardieiros até casas de má fama recheadas de vida irregular. Recanto dos desalmados.

Paulo Sérgio, Cláudia Barroso, Odair José, Carlos Alberto, Genival Santos e como não poderia deixar de ser lembrado o Mega brega Valdick Soriano, entre outros são citados como os que precederam Ronaldo Adriano. Mas todos ficaram para trás e este embarcou no Jumbo de sucesso De um conjunto sertanejo que chegou para perpetuar: O Trio Parada dura, Já que Lindomar Castilho estragou a carreira numa enrascada por uma intempestividade que não devemos recordar e ele também quer esquecer, o que lhe tirou dos braços de um povo tão carente de cantores cujas musicas pareciam identificar com problemas e até aliviar o peso de uma semana árdua na mesa de um bar qualquer em superficial alegria que no fim das contas não deixa de ser uma válvula de escape, em que pese lhes consumir parte do salário que deveria seguir todo para casa.

Mas voltemos ao Ronaldo Adriano. Ao deixar a década de 70 para trás, ADRIANO já tinha planos e não mais podia associar seu nome ao de Castilho por que o meio artístico, nesse ponto, cobra sempre uma imagem que trás à bancarrota aqueles que de forma sentimental se esquecem disso, assim, seguindo a cartilha, passou a lidar com um Trio sertanejo erradicado em Belo Horizonte. O Trio Parada dura. A parceria deu certo porque especializado em canções derramadas, Ariano migrou o estilo para a excelente primeira voz do Barrerito, 1948/1998 (reeditado) que tinha na segunda voz de qualidade do cantor Creone e no arranjo especial de Mangabinha, 1942/2015. um formato diferente, que alcançou em curto espaço de tempo a glória no gênero fazendo um sucesso que iniciado por volta de 1978 chega aos dias atuais mantendo a veia apropriada para quem sente na alma o jogo de suas rimas ao som do violão e acordeon, dando preferência para as Guarânias,gênero de origem paraguaia. e naturalmente com recheio de desilusões e muitos tragos numa noite fria.

Citamos como exemplo as canções: Luz da minha vida, Blusa Vermelha, O último adeus. Biquíni bordô, Não quero piedade e uma dezena de outras que para os amantes do gênero fica a dica para adquirir os bolachões antigos do Trio Parada dura e repassá-los para CD. A você que não conhece as obras desse importante compositor Aconselho experimentar ouvir o que tem para cantar Lindomar Castilho Garimpando é claro, ou este Trio.com retroação ao ano de 1987, É coisa de pegar e apreciar,sendo o desregramento etílico e o desequilíbrio emocional fatores que devem ser considerados antes.

Que Deus dê a Ronaldo Adriano, 1950/2020 um bom lugar lá no céu, pois aqui na terra ele já fez a sua parte.

"

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 22/08/2020
Reeditado em 23/08/2020
Código do texto: T7043613
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