Homenagem: Dom Pedro Casaldáliga e seu poema: Oração: "meu corpo como comida" - 08 agosto 2020.
"Tudo concorre para o bem dos que praticam o bem
e para aqueles que amam a Deus...
Os olhos jamais contemplaram o que Deus
tem preparado aos que em vida o amar... no Paraíso!"
São Paulo
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Modo Legendi
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"O bem-aventurada pobreza, que àqueles que a amam e abraçam concede as riquezas eternas.
Ó santa pobreza, aos que a tem e desejam Deus prometeu o reino dos céus, e são concedidas sem dúvida alguma glória eterna e a vida feliz!
Ó piedosa pobreza, que o Senhor Jesus Cristo dignou-se abraçar acima de tudo, ele que regia e rege o céu e a terra, ele que disse e tudo foi feito!"
Santa Clara de Assis
(Da 1ª Carta a Santa Inês de Praga)
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Oremos pela alma do Bispo falecido Dom Pedro Casaldáliga.
Dedicado, com cordagem e amor aos pobres da terra,
à pastoral da Terra no Tocantis, nos conflitos de sem-terras
e os latifúndios, por anos desde que chegou tão jovem ao Brasil, vindo da Espanha.
[19:41, 11/08/2020]
Um dos últimos bispos que se dedicou à pastoral da terra e ao princípio da opção radical pelos pobres.
[19:41, 11/08/2020]
Ele defendeu o povo simples e campesino e sem-terra com coragem expondo sua vida por várias vezes.
[19:43, 11/08/2020]
Poeta e escritor espanhol e poemas em português fez diferença com opção pelo direito de voz e vez aos perseguidos e martirizados pelo latifúndio em Tocantis desde quando chegou jovem ao Brasil.
J B PEREIRA
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Pedro, o profeta da vida transformada em poesia
Marcelo Barros
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4, 7).
Para quem conheceu de perto e teve a graça de conviver com Pedro Casaldáliga, não será fácil ver o mundo sem ele. Afinal, desde que, como padre ainda jovem, chegou em São Félix do Araguaia, em outubro de 1971, penso que nunca ninguém o encontrou sem de alguma forma ficar marcado. No contato com ele, as pessoas abertas ao apelo divino da justiça e da paz receberam sempre alento e força. Aqueles que, por interesses pessoais ou por alienação da vida, não aceitaram o anúncio do reino, o rejeitaram. Alguns o odiavam. Diante dele e de sua palavra e suas posturas proféticas, era quase impossível ficar indiferente.
A quem, na busca espiritual, teve a graça de encontrá-lo ao menos uma vez e mais ainda para muitos de nós que tivemos o privilégio de conviver com ele ou acompanhá-lo na missão, Pedro sempre testemunhou o amor divino como força transformadora das pessoas e da sociedade.
Neste momento de sua Páscoa definitiva, muitos irmãos e irmãs vão lembrar coisas bonitas que viveram com ele. Outros tecerão elogios a seus poemas e a seus escritos que “sempre dão o que pensar”, como ele intitulou um dos volumes de seu diário nos anos 80.
Pode ser que, depois de alguns dias, eu consiga escrever mais alguma coisa. Hoje, a emoção ainda não me deixa escrever, sem misturar as letras com as lágrimas da saudade, da gratidão imensa e da ação de graças a Deus por ter, durante anos decisivos da minha vida, podido ter nele um irmão mais velho, um conselheiro espiritual e um mestre de vida.
Junto com Dom Tomás, foi ele que fez a mim, a Filipe Leddet e a Pedro Recroix, retomar o projeto de um mosteiro ecumênico e inserido no meio dos pobres quando pensávamos que, na Igreja Católica, não conseguiríamos. De fato, no começo dos anos 2000, aquele projeto tinha mesmo se tornado bem mais difícil. No entanto, em 1984, Pedro e Tomás nos aconselharam a recomeçar de forma nova o estilo de vida monástica inserida que os monges franceses começaram em 1961 em Curitiba. A partir dali, o mosteiro da Anunciação do Senhor foi um sinal ecumênico e pascal para as Igrejas do Brasil e para os movimentos sociais. Como gostaria de encontrar o poema de Pedro sobre os monges de pés descalços cujo mosteiro é o mundo.
Nesta vigília de oração, tento me lembrar o que aprendi com Pedro nos anos em que convivi com ele na Pastoral da Terra, quando ia assessorar a prelazia ou quando algumas vezes viajamos juntos e fizemos retiros em comum. É uma riqueza que não dá para resumir e que é bom recordar porque não é uma herança apenas para mim e sim para toda a Igreja e a caminhada a partir de uma espiritualidade libertadora.
Alguns elementos desta herança espiritual:
1 - Pedro nos ensinou e nos propôs a viver a fé, descentrados de nós mesmos e da própria Igreja. Ele vivia uma adesão contínua e total a Jesus Ressuscitado no estilo de uma Santa Teresa de Ávila, mas manifestando-o presente nas pessoas mais pobres, na opção pela justiça e pela libertação de todos/as. Pedro expressava isso ao dizer: Absoluto mesmo só Deus e a fome do povo.
2 – Desde o começo do seu ministério, Pedro insistia: Igreja é sempre e principalmente Igreja local. Ah, se Pedro pudesse ter estado no Sínodo da Amazônia e nos revelado como já nos anos 70, ele propunha “amazonizar” a Igreja.
3 – Pedro nos passou o amor apaixonado aos povos indígenas e este amor se manifestava em todo o seu estilo de vida, até o fato de querer ser enterrado no cemitério Karajá às margens do Araguaia.
Não tenho como neste momento não retomar com carinho filial um dos seus poemas que fala da morte, mas também da ressurreição como rota de vida:
Enterrem-me no rio,

Perto de uma garça branca.

O resto já será meu.

E aquela correnteza franca


Que eu, passando, pedia,

Será pátria recuperada.

O êxito do fracasso.

A graça da chegada.


A sombra-em-cruz da vida

Sob este sol de verdade

Tem a exata medida


Da paz de um homem morto...

E o tempo é eternidade

E toda a rota é porto!
Pedro Casaldáliga: Oração: meu corpo como comida
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Obrigado. Chegou-nos a notícia de falecimento de Dom Pedro Casaldaliga. Ele está em Deus intercedendo por nós.
Sim! Devolva ao Senhor tudo que és e tens! Ele tudo criou para que reconhecesses que a Vida Eterna se torn vie o centro de sua vida e de sua fé em Deus Verdadeira no Pai 💥 Eterno e em seu Ungido ( = Escolhido, Messias, Prometido, Cristo ...) que é JESUS. Confira em João 17,3.
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"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho --
"Ama e sê livre..."
"Deus caritas est".
Ama amando e canta....
/ Se não tem liberdade de cantar, então ora! /
Se não amas de todo o ser absoluto
e os seres relativos
como a ti e a mim:
então aprenda com a vida
como o pintor com o pincel
à aguarela e à tela.
"Ama e sê livre..."
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Deus é amor,caridade
divinal é sempre!
O Divino Salvador Jesus
se esvaziou totalmente
por amor,
alem de ser e nasce pobre,
morreu na cruz,
sem nada e nu...
Prova amor não há
que doar a vida por alguém
e no salvar.
Tudo por amo!
Um amor puro e divino: ágape....
amor incondicional e perfeitamente divino e humano...
J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 05/08/2020
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Abre a janela, veja o sol... A lua prateada lá no céu escuro.
... A vida nos coloca em cada prumo e furo. Mas, há momentos bons que não deletamos, porque estão aqui em meio Coração em baixo as vezes, talvez do lado de Lá, ou subo com cuido: pode ser visto por cima do muro! O vasto mundo e o meu ser não se resumo em ter...
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Igreja no mundo se despede de dom Pedro Casaldáliga, falecido hoje, aos 92 anos
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-08/falecimento-dom-pedro-casaldaliga-92-anos-batatais-sao-paulo.html
O bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia faleceu na manhã deste sábado (8), em Batatais, São Paulo.
O missionário espanhol estava internado desde terça-feira (4) no hospital da Santa Casa de Misericórdia com graves complicações pulmonares. O arcebispo de Ribeirão Preto, dom Moacir Silva, que fez uma rápida, mas significativa visita na quinta-feira (6), disse: “dom Pedro é um ícone no Brasil pela sua dedicação plena e total ao povo de Deus, de modo especial, aos mais pobres e necessitados.
Ele sofreu diversos reveses na vida por causa dessa sua opção, mas sempre foi fiel a Cristo, à Igreja e à missão”.
Andressa Collet – Vatican News
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A Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria – os Claretianos e a Ordem de Santo Agostinho – os Agostinianos comunicam o falecimento dom Pedro Casaldáliga (1928-2020), bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia. O missionário claretiano estava com 92 anos, fragilizado e internado há 5 dias por causa de uma insuficiência respiratória no hospital da Santa Casa de Misericórdia na cidade de Batatais, em São Paulo, e veio a falecer às 9h40 deste sábado (8). O estado de saúde, com complicações pulmonares, estava sendo acompanhado pela Rádio Claretiana FM que, inclusive, divulgou um boletim médico em 5 de agosto: segundo o médico Antônio Marcos, dom Pedro testou negativo para a Covid-19 em 4 exames.
Dedicação plena ao povo de Deus
Segundo a reportagem da emissora da última quinta-feira (6), o arcebispo de Ribeirão Preto, dom Moacir Silva, visitou dom Pedro, rezou e abençoou o missionário espanhol, natural de Balsareny, na Catalunha. Um encontro rápido, mas muito significativo e expressivo: “dom Pedro é um ícone no Brasil pela sua dedicação plena e total ao povo de Deus, de modo especial, aos mais pobres e necessitados. Ele sofreu diversos revezes na vida por causa dessa sua opção, mas sempre foi fiel a Cristo, fiel à Igreja, fiel à missão”.
O próprio Papa Francisco na sua Exortação Apostólica pós-sinodal "Querida Amazonia", publicada em 12 de fevereiro de 2020, citou uma das suas poesias: “Carta de navegar (Por el Tocantins amazónico)” in El tiempo y la espera, Santander, 1986.
Povo no meio do povo
Bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia desde 1971, Casaldáliga trabalhou sempre em favor dos peões, dos camponeses, dos sem-terra e dos povos indígenas. Em comunicado, as associações Araguaia com o Bispo Casaldàliga, da Catalunha, e a Associação ANSA, de São Félix do Araguaia, lamentaram o falecimento de Pedro Casaldáliga, a quem devem as atividades destes 40 anos de existência. Na nota, descreveram o bispo como "poeta, escritor e comunicador por vocação, autor ou co-autor de mais de 100 obras traduzidas para várias línguas e através das quais expressou os seus sentimentos e paixões mais íntimos".
Além disso, o comunicado descreveu a rotina de um missionário que "morava há mais de 50 anos em uma casa humilde, com as portas sempre abertas na pequena cidade de São Félix do Araguaia, perto de seus amigos e no meio de sua comunidade. Fez centenas de viagens de ônibus pelo Brasil e visitou frequentemente as comunidades da sua Prelazia a cavalo. Casaldáliga sempre foi 'povo no meio do povo' e sempre defendeu a necessidade de termos um compromisso pessoal e comunitário com os mais pobres".
A despedida do missionário em três cidades
Segundo a Prelazia, a despedida do espanhol será realizada em três momentos especiais. Em Batatais, o corpo de dom Pedro será velado neste sábado, a partir das 15h, na capela do Claretiano, que fica no Centro Universitário de Batatais, unidade educativa dirigida pelos Missionários Claretianos. A missa de exéquias será celebrada neste domingo (9), às 15h, no mesmo local e será aberta ao público em geral, além de ser transmitida ao vivo pelo link https://youtu.be/spto8rbKye0. O link estará aberto para que outros veículos de comunicação possam retransmitir.
A partir de segunda-feira (10), o corpo de dom Pedro será velado no Santuário dos Mártires, sem previsão de horário de chegada do corpo. Após o velório acontece na cidade de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, no Centro Comunitário Tia Irene. O sepultamento, sem previsão de data pois o corpo ainda deve passar por Ribeirão Cascalheira, será em São Félix do Araguaia.
Photogallery
O velório de dom Pedro Casaldáliga
Sua contribuição para uma grande missão: ajude-nos a levar a palavra do Papa a todos os lares
SUA CONTRIBUIÇÃO PARA UMA GRANDE MISSÃO: AJUDE-NOS A LEVAR A PALAVRA DO PAPA A TODOS OS LARES
BRASIL
BISPOS
MISSIONÁRIOS
08 agosto 2020, 17:32
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Sim. Li tudo sobre domo Pedro Casaldáliga, poeta dos pequenos..., Fez radical opção pelos índios, defendeu ao extremo de seu amor (Jo 13) camponeses, as mulheres perseguidas, os doentes...., as crianças órfãos e órfãs pelo conflito letal das terras... Fortaleza e exemplo indomável a favor os sem-teto, sem-terra no escândalo dos latifúndios perversos... ( Como outros denunciaram, inclusive a Mártir Irmã Doroty, americana no Nordeste...).
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