HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS
*O AMOR, CUIDADOS... A SEGURANÇA E O TEMPO*
*O AMOR, CUIDADOS... A SEGURANÇA E O TEMPO*
Introito:
Bem recordo: - Sou uma travessa criança! A minha mãozinha esquerda está sendo bem segura pela mão direita do meu Pai. A minha mãozinha direita, também, está sendo firmemente segurada pela mão esquerda da minha Mãe. Ambos têm – para comigo – muito amor, carinho e especiais cuidados com a minha segurança e minhas inúmeras peraltices.
Por ser criança, tinha aqueles ímpetos de “a tudo conhecer, conquistar” e – levado pela inexperiência –, não entendia os perigos que o mundo, ao qual de há pouco chegara, me cercavam. Meus Pais, todavia, dos perigos sabiam. E eram estes os motivos que os faziam segurar firmemente as minhas irrequietas mãozinhas! Eu queria desvencilhar-me de suas protetivas mãos. Queria correr! Queria – feito um menino maluquinho – conquistar “aquele mundão” que, à minha frente se descortinava.
Em um impensado gesto, desvencilhei-me das protetivas mãos e, em desabalada correria, embrenhei-me pelo verde gramado na tentativa de pegar uma saltitante borboleta que, levemente, se esvoaçava ao sabor dos ventos.
-“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”
Era a voz da Mamãe, carregada de preocupação com a minha segurança – o meu bem estar!
Vozes – os conselhos dos Pais – devemos sempre ouvi-los. Todavia, só vim a isso aprender depois do primeiro tombo levado por não ter ouvido a “voz sapiente da minha mãe a dizer-me”: -“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”
A advertência chegara um pouco atrasada. O tombo era inevitável – caí! Tombado na relva, fiquei ali, choramingando – todo estatelado no gramado. Tendo o corpo todo arranhado – recebi os primeiros socorros da minha cuidadosa enfermeira particular (Claro está, minha adorável Mãe!) que, com imensuráveis carinhos, aplicou nos meus ferimentos o melhor de todos os remédios: beijinhos mesclados à carinhosa voz que – desta feita e entre risos – dizia-me:
-“Não lhe disse, seu moleque travesso, que você iria cair”.
Já refeito – e grato pelo “Tratamento Vip” que acabara de receber – ri enquanto a Mamãe ressorria! Ainda rindo, buscava, eu a borboleta que a mim encantara com o seu volúvel e majestoso volteio pelos ares, levada que era, ao sabor dos ventos, espargindo beleza e poesia com o seu serelepe voar!
Epílogo:
O inexorável tempo – como num átimo de segundo – ligeiro passa. Agora, já adulto, em mim as marcas vão deixando os sinais de fortalecimento. O meu corpo – graças aos esportes que pratico – tem bíceps fortes, mobilidade ímpar. O tecido ósseo é, também, muito forte. A vida, sim, me sorria!
E eis que acontece, com os meus Pais – graças à avançada idade – um procedimento degenerativo. Os seus corpos já não são como antes eram. As indeléveis marcas do tempo vão corroendo o tecido muscular; as artrites já estão dificultando o trôpego andar; a osteoporose lhes corrói os ossos; o peso dos anos – difíceis de serem carregados – faz-lhes as costas se curvarem como as do sineiro de Notre Dame.
Estamos, agora, em um Parque. É o mesmo Parque onde o serelepe e néscio “eu menino” corria em busca do vadio lepidóptero que esvoaçava ao sabor dos ventos. Olho para os meus pais. A minha mão direita segurava – com protetivo rigor – a enrugada mão esquerda do meu velho e amado Pai. A minha mão esquerda segurava firme – e com o mesmo protetivo rigor – a enrugada mão direita da minha velha e adorada Mãe. O imensurável amor que por eles sinto faz-me ser firme na proteção dos mesmos. Eles, diferentes do “eu menino”, têm a experiência que a mim faltou, levando-me a receber o primeiro “castigo” pelo meu néscio – minha ignorância - por não ouvir as sábias palavras da minha Mãe:
-“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”... lembro-me das suas palavras!
Vejo os meus Pais espremerem os olhos com as pálpebras na tentativa de ver o casal de lepidópteros que esvoaçava ao sabor dos ventos. Firme e protetivo, falei para os meus Pais:
-“Cuidado, meus Pais!” Não tentem correr atrás dos lepidópteros! Vocês vão cair, “meninos”!
Rio, eu! Riram e ressoriram eles! Ressoriram por saberem que, firmemente – a toda hora, tempo e lugar – junto a eles, estariam as minhas protetoras mãos a ampará-los com muito amor e cuidados, provendo-os com a segurança em todo o passar do Tempo!
Bem recordo: - Sou uma travessa criança! A minha mãozinha esquerda está sendo bem segura pela mão direita do meu Pai. A minha mãozinha direita, também, está sendo firmemente segurada pela mão esquerda da minha Mãe. Ambos têm – para comigo – muito amor, carinho e especiais cuidados com a minha segurança e minhas inúmeras peraltices.
Por ser criança, tinha aqueles ímpetos de “a tudo conhecer, conquistar” e – levado pela inexperiência –, não entendia os perigos que o mundo, ao qual de há pouco chegara, me cercavam. Meus Pais, todavia, dos perigos sabiam. E eram estes os motivos que os faziam segurar firmemente as minhas irrequietas mãozinhas! Eu queria desvencilhar-me de suas protetivas mãos. Queria correr! Queria – feito um menino maluquinho – conquistar “aquele mundão” que, à minha frente se descortinava.
Em um impensado gesto, desvencilhei-me das protetivas mãos e, em desabalada correria, embrenhei-me pelo verde gramado na tentativa de pegar uma saltitante borboleta que, levemente, se esvoaçava ao sabor dos ventos.
-“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”
Era a voz da Mamãe, carregada de preocupação com a minha segurança – o meu bem estar!
Vozes – os conselhos dos Pais – devemos sempre ouvi-los. Todavia, só vim a isso aprender depois do primeiro tombo levado por não ter ouvido a “voz sapiente da minha mãe a dizer-me”: -“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”
A advertência chegara um pouco atrasada. O tombo era inevitável – caí! Tombado na relva, fiquei ali, choramingando – todo estatelado no gramado. Tendo o corpo todo arranhado – recebi os primeiros socorros da minha cuidadosa enfermeira particular (Claro está, minha adorável Mãe!) que, com imensuráveis carinhos, aplicou nos meus ferimentos o melhor de todos os remédios: beijinhos mesclados à carinhosa voz que – desta feita e entre risos – dizia-me:
-“Não lhe disse, seu moleque travesso, que você iria cair”.
Já refeito – e grato pelo “Tratamento Vip” que acabara de receber – ri enquanto a Mamãe ressorria! Ainda rindo, buscava, eu a borboleta que a mim encantara com o seu volúvel e majestoso volteio pelos ares, levada que era, ao sabor dos ventos, espargindo beleza e poesia com o seu serelepe voar!
Epílogo:
O inexorável tempo – como num átimo de segundo – ligeiro passa. Agora, já adulto, em mim as marcas vão deixando os sinais de fortalecimento. O meu corpo – graças aos esportes que pratico – tem bíceps fortes, mobilidade ímpar. O tecido ósseo é, também, muito forte. A vida, sim, me sorria!
E eis que acontece, com os meus Pais – graças à avançada idade – um procedimento degenerativo. Os seus corpos já não são como antes eram. As indeléveis marcas do tempo vão corroendo o tecido muscular; as artrites já estão dificultando o trôpego andar; a osteoporose lhes corrói os ossos; o peso dos anos – difíceis de serem carregados – faz-lhes as costas se curvarem como as do sineiro de Notre Dame.
Estamos, agora, em um Parque. É o mesmo Parque onde o serelepe e néscio “eu menino” corria em busca do vadio lepidóptero que esvoaçava ao sabor dos ventos. Olho para os meus pais. A minha mão direita segurava – com protetivo rigor – a enrugada mão esquerda do meu velho e amado Pai. A minha mão esquerda segurava firme – e com o mesmo protetivo rigor – a enrugada mão direita da minha velha e adorada Mãe. O imensurável amor que por eles sinto faz-me ser firme na proteção dos mesmos. Eles, diferentes do “eu menino”, têm a experiência que a mim faltou, levando-me a receber o primeiro “castigo” pelo meu néscio – minha ignorância - por não ouvir as sábias palavras da minha Mãe:
-“Cuidado, filho! Você vai cair, menino!”... lembro-me das suas palavras!
Vejo os meus Pais espremerem os olhos com as pálpebras na tentativa de ver o casal de lepidópteros que esvoaçava ao sabor dos ventos. Firme e protetivo, falei para os meus Pais:
-“Cuidado, meus Pais!” Não tentem correr atrás dos lepidópteros! Vocês vão cair, “meninos”!
Rio, eu! Riram e ressoriram eles! Ressoriram por saberem que, firmemente – a toda hora, tempo e lugar – junto a eles, estariam as minhas protetoras mãos a ampará-los com muito amor e cuidados, provendo-os com a segurança em todo o passar do Tempo!
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Texto: Altamiro Fernandes da Cruz
Imagem: Google
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