HOMENAGEM PÓSTUMA: O PROFESSOR JAIME SODRÉ
Durval Carvalhal
Durval Carvalhal
O mês de agosto era considerado, pelos romanos, como um mês aziado, recheado de azares e medos; por isso, o brasileiro o apelidou de mês do desgosto.
A semana começou mal com a morte de Jorge Portugal, poeta, professor, educador, escritor, compositor, vítima de problemas cardíacos, aos 63 anos... um incansável agitador cultural.
Hoje, 06 de agosto, quinta feira, morre o professor Jaime Santana Sodré Pereira, popularmente conhecido como Jaime Sodré, aprofundando a lacuna da cultura baiana.
Era artista plástico e historiador, com mestrado em Teoria e História da Arte, doutor em educação contemporânea; professor universitário, escritor, colunista do jornal A Tarde e músico, usando a bateria como instrumento de trabalho.
Vivenciamos momentos marcantes para mim. Ainda bem jovem e sem conhece-lo de perto, estávamos na famosa praia da Ondina. Eu, com minha esposa, e ele, com sua linda filhota. Eles foram banhar-se e Sodré nos pediu para olhar seus pertences.
Em seguida, lutamos pela refundação do Sindicato dos Músicos Profissionais da Bahia; ele colaborou como diretor executivo, e eu, como tesoureiro. Tive a fortuna de ver espetáculos, nos quais, ele tocava sua bateria com extremosa maestria.
Certa vez, fui à Biblioteca Central da UFBA, e o encontrei estudando numa mesa. Saudamo-nos e ele me disse: “Durval, tudo bem? Estou aqui pesquisando história da arte”.
Por fim, nos idos de 1988, fomos candidatos a vereador por Salvador. Encontramo-nos em um comício na rua Ferreira Santo, bairro da Federação. Ao encontrar-me, perguntou-me: “E aí, já preparou seu discurso?”.
Perde Salvador um peso pesado da intelectualidade baiana. O professor Jaime Sodré deixa um vasto legado e uma saudade profunda daquele homem dinâmico e educado, que conversava animadamente com quaisquer pessoas.
NOSSA reverência, caro Sodré!
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