A DOBRADINHA

“Ano de eleição”

Na ilustre Cidade do Mondego

À sombra do fresco Choupal

Foi servida, sem arrenego,

A louca Taça de Portugal!

Junto à Taça de Campeão,

Ganha de forma limpinha,

Ficou na alma do cidadão

A frescura da Dobradinha.

Não se serviu fria – como´ ao poeta –

Mas, porém, quente e bem regada;

Toda a Torcida ficou desperta

Até às horas da madrugada…

Era um Sonho bem embalado

Nas hostes da Cidade Invicta,

Haver Façanha em duplicado

Para na História ficar escrita.

O Campeonato foi atípico,

Entremeado de pandemia,

Mas o Sonho, qual veredicto,

Deu vitórias de galhardia.

Houve imensas contrariedades,

Por entre nuvens de emoções,

Mas venceram-se as tempestades

Com as mais sábias soluções.

A meio do prélio: hoste reduzida,

E, pior ainda, sem timoneiro;

A vitória saiu acrescida

Com este Troféu lisonjeiro.

Dois golos contra um, somente,

Parece não ter muita graça,

É pouco para certa gente

Mas foi a Vitória da Taça.

Este foi um Ano de eleição,

Mais que eleição, um ano risonho,

Futebol Club do Porto é paixão

Numa Dobradinha de Sonho.

Não houve Festas de S. João,

Mas há Dobradinha festiva

Que passará de mão em mão

Em todas as ruas da Invicta.

No relvado e no Estádio vazio

Pairou sempre um ânimo cheio

Mas na TV, de fio a pavio,

Rodopiaram sete olhos e meio.

O primeiro de agosto foi santo,

De uma alegria sem medida,

Esta Coimbra teve mais encanto

Naquela hora de despedida.

Bibó Porto, cantam os Tripeiros!

Bibó Porto, cantam os d´ alma forte,

Bibó Porto, cantam os primeiros

À frente das Gentes do Norte!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 02/08/2020
Reeditado em 02/08/2020
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