O Morto
Cercado por rostos há tempos esquecidos
Um Corpo Oco
Vazio, Estático, Emblemático...
Descansa em sua cama eterna
Entre as flores colhidas no campo.
De mãos gélidas penduradas
Revestidas por uma pele pálida.
Apenas lembranças de alguém que um dia foi.
Mas cuidado
Pois não há mais nada lá
Apenas resta a casca
De uma casa que lhe serviu bem
Aos prazeres mundanos.
E agora apenas resta a casca
De uma casa abandonada às pressas
Ressoando, infinitamente, o silêncio invisível e impalpável
Silêncio cortante e asfixiante
Para quem fica
Sem poder dizer adeus.
** Descanse em paz, vovô Valdir. Obrigada por me deixar a imagem de uma pessoa digna, discreta, alegre e não tão séria!