Um dia se morre

Nesse momento triste onde o ser descobre que não tem valor

Sem poder, sem privilégios, é fato, não somos mesmo nada.

Do pó viemos, ao pó retornaremos e se houver tempo para

Abdicação ao mal, partirás tranquilo, mas se não houver...

É triste o passamento de um ser vivente, que viveu, que

Teve vida e morreu, é triste olhar e não o ver vivendo.

Tão cedo partiste, tão cedo nos deixaste, e o tempo que

De tudo se encarrega, menos do esquecimento, que esse

É impossível, mas as boas lembranças ficarão conosco.

Não gosto da morte, que é injusta e do mundo tira boas

Pessoas, mas as más ficam em gozo vivendo e livres.

Por outro lado, a admiro, porque é democrática e a ela

Ninguém escapa, não há pobre, rico, preto ou branco,

Todos vão e o que fica é só uma grande dor no coração.

Oh, tão famigerada morte! Por que tão cedo chegaste?

E de nós a pessoa amada tiraste?

(In memoriam Wilma Maria Xavier)

Cabreúva, 12 de maio de 2016

Castilho Benício
Enviado por Castilho Benício em 14/06/2020
Código do texto: T6977169
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.