Um dia se morre
Nesse momento triste onde o ser descobre que não tem valor
Sem poder, sem privilégios, é fato, não somos mesmo nada.
Do pó viemos, ao pó retornaremos e se houver tempo para
Abdicação ao mal, partirás tranquilo, mas se não houver...
É triste o passamento de um ser vivente, que viveu, que
Teve vida e morreu, é triste olhar e não o ver vivendo.
Tão cedo partiste, tão cedo nos deixaste, e o tempo que
De tudo se encarrega, menos do esquecimento, que esse
É impossível, mas as boas lembranças ficarão conosco.
Não gosto da morte, que é injusta e do mundo tira boas
Pessoas, mas as más ficam em gozo vivendo e livres.
Por outro lado, a admiro, porque é democrática e a ela
Ninguém escapa, não há pobre, rico, preto ou branco,
Todos vão e o que fica é só uma grande dor no coração.
Oh, tão famigerada morte! Por que tão cedo chegaste?
E de nós a pessoa amada tiraste?
(In memoriam Wilma Maria Xavier)
Cabreúva, 12 de maio de 2016