*AO POETA ROMANELLI
Outro grande poeta que partiu, enviava textos para mim, muitos. Roberto Romnelli. Era jornalista, escritor, poeta com acervo de 4.000 textos, Doutorado em Roma, tese: “Socialismo na Europa”. Foi correspondente estrangeiro no Itamaraty e no ministério das relações interiores da Itália, na época do regime militar. Lutou, no campo das ideias, pela restauração da democracia no Brasil.
Convidou-me para ir ao Rio de Janeiro, queria me conhecer. Morava no bairro Laranjeiras, enviou telefone, endereço. Nesse período nosso grupo de artistas plásticos foi para uma exposição no Rio de Janeiro no Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana. Não telefonei para ele, não senti vontade. Uma pessoa que nem conheço, me comunicou que ele faleceu. Era chamado de o Poeta do Amor, todos os poemas são extensos e recheados de muito AMOR. Eu respondia com um soneto, e recebia seus elogios. Respondi a todos os seu poemas.
NÓS, SOMENTE NÓS...
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
O dia fecha
as suas cortinas, sem pedir licença...
Tranquila e silenciosamente...
Deixando lá fora, na cidade fria,
o cheiro de sua passagem...
Que traz uma certa tristeza...
Uma melancolia e uma saudade...
De algo ainda
não vivido nem sentido...
Que nós, amada,
buscamos ainda, juntos, viver e sentir...
Compartilhar...
Sim, olhamos,
distantes, cada qual em seu lugar,
pelas travessas, becos e frestas da vida...
E, sem que esperássemos, longe dos sonhos,
nos encontramos, de mãos dadas,
caminhando...
Em passos lentos e compassados...
Sonho, realidade?
Não importa!
Uma busca, quem sabe, de uma estrela
plena de magia...
Ou de uma praia deserta...
Para irmos ao encontro,
um do outro...
Estendendo as nossas mãos...
Que buscam se encontrar...
Se segurar...
Sim, os nossos corpos se unem num só...
E os nossos olhares parecem invadir
e penetrar os nossos corações
e as nossas almas...
De uma forma
como nunca antes, aconteceu...
Sim, nosso olhar é o de amantes...
Um olhar de encontro...
De reencontro...
De cumplicidade...
Com um suave afago,
um diante do outro...
Inundando
de carinho e de carícias,
também, as nossas almas...
Dilacerando e reduzindo a pó
tudo que não faz parte
de momento tão mágico
e especial!
Fazendo vibrar
cada fímbria e cada fibra
de nossos corpos...
Nos fazendo chegar
ao êxtase de um orgasmo
físico e mental...
Invisível, mas real!
Tornando o nosso maior desejo
uma realidade fácil de descobrir!
Seguirmos, juntos,
para além das estrelas...
Ou para algum outro lugar...
Qualquer lugar!
Onde possa ser possível
e permitido nos amarmos...
Sem dúvidas, medos ou limites!
Como, sempre nos quisemos amar!
Em nossos sonhos...
Numa busca de vivermos,
pela primeira vez,
a magia da realidade...
Para podermos, juntos,
ser felizes...
Sim, ambos sabíamos
que não precisaríamos
de tanto!
Ou de muito!
Pois os nossos olhares
de desejo falavam por nós...
E por nossos corpos e mentes!
Para, finalmente, quando surgir o toque
e a penetração, sobre a areia escaldante,
de nossa praia deserta, sermos conduzidos
ao paraíso...
A um céu que nunca antes
havíamos alcançado!
Sim, fomos e somos cúmplices
de uma viagem...
Sem rumo e sem destino...
Louca, para muitos...
Mas única e maravilhosa...
Uma viagem de perfumes e de essências
emanados de nossos corpos...
Em união e numa junção,
de orgasmos mútuos...
Onde o gosto do êxtase,
de cada um, se soma ao mel
do outro...
Onde os cheiros nos alucinam...
Nos inebriam...
Onde a pele com pele
nos enlouquece...
Fazendo com que o tempo não caminhe!
Um completando o outro!
Mas, de repente, um raio apareceu no céu...
Já estávamos no fim da praia...
E aí descobrimos
que nada era sonho!
Que, realmente, os nossos corpos
e as nossas almas se uniram...
Plena e totalmente...
Que um não passou pelo outro...
Sem o descobrir...
Nem o sentir...
Que não dormíamos...
Nem o que aconteceu
foi algo irreal...
Uma mera fantasia...
Ou fruto
de nossa imaginação...
Pois, o amor aconteceu...
Chegou...
Para ficar!
***
Ao Som do Piano.
Fosse eu uma transeunte apressada
De olhar disperso, pensamento vago,
Ainda assim meu ouvido com afago
Cairia ao som de Chopin, deslumbrada.
Ao pianista que do amor faz alegria,
Arriava a tenda, auscultava o coração,
Junto dedilhava a mesma canção
Com toda euforia que a arte inebria.
De pé entre aplausos, mesmo distante,
Da janela a voz em eco pedia bis,
Jogaria uma aura em flor-de-lis,
Um sorriso grato, farto, inebriante.
Prostrada me renderia ao som do canto,
E ao poeta de amores tantos e encanto!
Sonia Nogueira.
Outro grande poeta que partiu, enviava textos para mim, muitos. Roberto Romnelli. Era jornalista, escritor, poeta com acervo de 4.000 textos, Doutorado em Roma, tese: “Socialismo na Europa”. Foi correspondente estrangeiro no Itamaraty e no ministério das relações interiores da Itália, na época do regime militar. Lutou, no campo das ideias, pela restauração da democracia no Brasil.
Convidou-me para ir ao Rio de Janeiro, queria me conhecer. Morava no bairro Laranjeiras, enviou telefone, endereço. Nesse período nosso grupo de artistas plásticos foi para uma exposição no Rio de Janeiro no Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana. Não telefonei para ele, não senti vontade. Uma pessoa que nem conheço, me comunicou que ele faleceu. Era chamado de o Poeta do Amor, todos os poemas são extensos e recheados de muito AMOR. Eu respondia com um soneto, e recebia seus elogios. Respondi a todos os seu poemas.
NÓS, SOMENTE NÓS...
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
O dia fecha
as suas cortinas, sem pedir licença...
Tranquila e silenciosamente...
Deixando lá fora, na cidade fria,
o cheiro de sua passagem...
Que traz uma certa tristeza...
Uma melancolia e uma saudade...
De algo ainda
não vivido nem sentido...
Que nós, amada,
buscamos ainda, juntos, viver e sentir...
Compartilhar...
Sim, olhamos,
distantes, cada qual em seu lugar,
pelas travessas, becos e frestas da vida...
E, sem que esperássemos, longe dos sonhos,
nos encontramos, de mãos dadas,
caminhando...
Em passos lentos e compassados...
Sonho, realidade?
Não importa!
Uma busca, quem sabe, de uma estrela
plena de magia...
Ou de uma praia deserta...
Para irmos ao encontro,
um do outro...
Estendendo as nossas mãos...
Que buscam se encontrar...
Se segurar...
Sim, os nossos corpos se unem num só...
E os nossos olhares parecem invadir
e penetrar os nossos corações
e as nossas almas...
De uma forma
como nunca antes, aconteceu...
Sim, nosso olhar é o de amantes...
Um olhar de encontro...
De reencontro...
De cumplicidade...
Com um suave afago,
um diante do outro...
Inundando
de carinho e de carícias,
também, as nossas almas...
Dilacerando e reduzindo a pó
tudo que não faz parte
de momento tão mágico
e especial!
Fazendo vibrar
cada fímbria e cada fibra
de nossos corpos...
Nos fazendo chegar
ao êxtase de um orgasmo
físico e mental...
Invisível, mas real!
Tornando o nosso maior desejo
uma realidade fácil de descobrir!
Seguirmos, juntos,
para além das estrelas...
Ou para algum outro lugar...
Qualquer lugar!
Onde possa ser possível
e permitido nos amarmos...
Sem dúvidas, medos ou limites!
Como, sempre nos quisemos amar!
Em nossos sonhos...
Numa busca de vivermos,
pela primeira vez,
a magia da realidade...
Para podermos, juntos,
ser felizes...
Sim, ambos sabíamos
que não precisaríamos
de tanto!
Ou de muito!
Pois os nossos olhares
de desejo falavam por nós...
E por nossos corpos e mentes!
Para, finalmente, quando surgir o toque
e a penetração, sobre a areia escaldante,
de nossa praia deserta, sermos conduzidos
ao paraíso...
A um céu que nunca antes
havíamos alcançado!
Sim, fomos e somos cúmplices
de uma viagem...
Sem rumo e sem destino...
Louca, para muitos...
Mas única e maravilhosa...
Uma viagem de perfumes e de essências
emanados de nossos corpos...
Em união e numa junção,
de orgasmos mútuos...
Onde o gosto do êxtase,
de cada um, se soma ao mel
do outro...
Onde os cheiros nos alucinam...
Nos inebriam...
Onde a pele com pele
nos enlouquece...
Fazendo com que o tempo não caminhe!
Um completando o outro!
Mas, de repente, um raio apareceu no céu...
Já estávamos no fim da praia...
E aí descobrimos
que nada era sonho!
Que, realmente, os nossos corpos
e as nossas almas se uniram...
Plena e totalmente...
Que um não passou pelo outro...
Sem o descobrir...
Nem o sentir...
Que não dormíamos...
Nem o que aconteceu
foi algo irreal...
Uma mera fantasia...
Ou fruto
de nossa imaginação...
Pois, o amor aconteceu...
Chegou...
Para ficar!
***
Ao Som do Piano.
Fosse eu uma transeunte apressada
De olhar disperso, pensamento vago,
Ainda assim meu ouvido com afago
Cairia ao som de Chopin, deslumbrada.
Ao pianista que do amor faz alegria,
Arriava a tenda, auscultava o coração,
Junto dedilhava a mesma canção
Com toda euforia que a arte inebria.
De pé entre aplausos, mesmo distante,
Da janela a voz em eco pedia bis,
Jogaria uma aura em flor-de-lis,
Um sorriso grato, farto, inebriante.
Prostrada me renderia ao som do canto,
E ao poeta de amores tantos e encanto!
Sonia Nogueira.