*AO POETA MAIRTON
Ontem chorei a perda de um amigão escritor da Criação Literária, grande sonetista. Fizemos duetos. Ele criava enviava para mim e eu respondia, foram 40. Homem bom de temperamento tranquilo, educado, de poucas palavras.

Toda segunda-feira era nosso encontro no SESC. Algumas pessoas
do nosso grupo juntavam duas mesas, na hora do almoço, ele não se
reunia ao grupo, eu ficava com ele. Sua refeição era pouca. Terminava pedia licença, saía e eu me reunia ao grupo. Esteja em outra dimensão amigo, criando seus sonetos, que nós aqui rezamos por você. Saudades. Sua mulher teve um AVC, não está bem.

CORAL DOS QUERUBINS
Mairton Menezes

Quando o poeta enfim deixar a vida
E for festejar em outro universo
Ele leva consigo na partida
A musa criadora do seu verso

E lá no Éden onde a paz domina
O vate vai cantar aos quatro ventos
E desfiar em rimas sua rotina
Escrevendo no céu seus sentimentos

No palco celeste com violinos
As harpas sonoras e bandolins
Acompanham coral dos querubins

Festejando a vinda do menestrel
Madrigais entoam canções de amor
E abraçam o poeta cantador.
11.03.2016

*Coral dos Querubins
Sonia Nogueira.

A palavra, seu recurso primeiro,
Move a vida e cria laços profundos,
Em cada angústia a pena em tinteiro
O poeta rabisca versos fecundos,

Que leva além aos seus iguais em canto
E entoa a mesma voz de emoção
Como se fosse um coral sem pranto
Levando na suavidade o coração.

Representa cá e aquém um ser imortal
Mesmo que o corpo esteja ausente
Fica a palavra selo resistente,

Em cada olhar que na folha deleita
Entoa em ritmo, semente e colheita,
Unido aos querubins som angelical.
11/03/2016
Sonia Nogueira e Mairton Menezes
Enviado por Sonia Nogueira em 30/05/2020
Reeditado em 30/05/2020
Código do texto: T6962623
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