ANGELIQUE DU COUNDRAY

Angelique du Coundrey encerrou sua página no Recanto das Letras, andei garimpando alguns comentários que ela inspirou e bateu saudade. Divido com os confrades para aliviar os tempos difíceis de pandemia. A mim me serve, espero que ela reapareça...

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Ela, “Bilac e Eu”:

Se nem Bilac tu ouves

Que até estrelas escuta

Quiçá meu "Desfile" aprouves

Antes que eu sorva a sicuta...

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Encontro de almas poéticas “Por Aí”:

Vi a minha ao corredor

E tua alma na estação

Disparou meu coração

Ao ver-te mudar de cor

Qual ave que migra ao sul

Adorei te ver de azul

Liberou-me a emoção...

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No papo “Sobre Rotina”:

Cada dia morro um pouco

Se for pensar fico louco

Escrevo aqui minh'asneira

E eis que afasto a pasmaceira...

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Comentando “O Beijo de Augusto” nela:

Ficou dos anjos, Angelique

No tempo dele podia

Hoje a gente vai a pique

Pedra e fósforo agora é fria...

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Após ouvir suas “Lembranças No Meio Da Noite”:

Profundo, Du Coundrey!

Vezes perco até mim mesmo

Certa vez reencontrei

Meu Eu, que vagava a esmo...

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Ela, “Como Quem Nada Quer”, mas vi charme de mulher:

Pra lá e pra cá no trotoir da mente

Com teu decote indecente

E este salto perfurante

Em meu coração arfante...

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Um papo de Eus afins rolando “Sobre Jardins”:

Dia desses vi meu eu

Em crise existencial

Perguntei o que se deu

Mas ele foi radical

Não digo, és bucho furado

Pareces interessado

Mas contas tudo ao final...

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Ela “Tentando Ficar Zen” e eu a perturbar também:

Opa! Volte sim, oxente!

Não tem nada a ver com a gente.

E se o cara for carente,

Ou quem sabe até demente?

Talvez um senhor decente,

Ou um ET reluzente,

Desses que transam com a mente?

Corta só o e-mail, e urgente

Apaga a foto e até mente

Permita que se comente

Quem sabe algo inteligente

Possa te deixar contente?

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“E De Repente” era aniversário, um luxo! Ela de bruxa e eu de bruxo:

Mas bruxa aos quarenta e quatro

Tem direito a conversão

Depois eu te mando a fórmula

Tá no livro de porção

Por hora digo: tintin!

Guarde um bolinho pra mim

Tou com a macchina(a velha vassoura) em revisão...

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“Prisioneiro” da escrita, que nem ela:

Uma torrente de emoções

E eu preso por teus grilhões

Gemidos e gritos ouço

Daqui do meu calabouço

Ansioso que me socorras

Das úmidas e vis masmorras...

(Último catre à esquerda, de quem entra, pois daqui não sei quem sai...)

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Na folia dos “Venezianos” eram outras, as máscaras:

Sentei-me à Piazza San Marco

Exausto e de alma largada

Mirava de Deus o arco

Tinha a máscara impregnada

Flagrei-te a tirar a tua

Sem esforço estavas nua

E a minha incorporada...

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Nesta “Viagem”, a graça... era mergulhar na taça:

Sem querer ser mau ou bruxo

Também sem ser tão bonzinho

Mas bem queria o tal luxo

Brincar na taça de vinho...

Saudações, Mademoiselle Du Coundray!

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 15/05/2020
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