ANGELIQUE DU COUNDRAY
Angelique du Coundrey encerrou sua página no Recanto das Letras, andei garimpando alguns comentários que ela inspirou e bateu saudade. Divido com os confrades para aliviar os tempos difíceis de pandemia. A mim me serve, espero que ela reapareça...
¥¥¥
Ela, “Bilac e Eu”:
Se nem Bilac tu ouves
Que até estrelas escuta
Quiçá meu "Desfile" aprouves
Antes que eu sorva a sicuta...
¥¥¥
Encontro de almas poéticas “Por Aí”:
Vi a minha ao corredor
E tua alma na estação
Disparou meu coração
Ao ver-te mudar de cor
Qual ave que migra ao sul
Adorei te ver de azul
Liberou-me a emoção...
¥¥¥
No papo “Sobre Rotina”:
Cada dia morro um pouco
Se for pensar fico louco
Escrevo aqui minh'asneira
E eis que afasto a pasmaceira...
¥¥¥
Comentando “O Beijo de Augusto” nela:
Ficou dos anjos, Angelique
No tempo dele podia
Hoje a gente vai a pique
Pedra e fósforo agora é fria...
¥¥¥
Após ouvir suas “Lembranças No Meio Da Noite”:
Profundo, Du Coundrey!
Vezes perco até mim mesmo
Certa vez reencontrei
Meu Eu, que vagava a esmo...
¥¥¥
Ela, “Como Quem Nada Quer”, mas vi charme de mulher:
Pra lá e pra cá no trotoir da mente
Com teu decote indecente
E este salto perfurante
Em meu coração arfante...
¥¥¥
Um papo de Eus afins rolando “Sobre Jardins”:
Dia desses vi meu eu
Em crise existencial
Perguntei o que se deu
Mas ele foi radical
Não digo, és bucho furado
Pareces interessado
Mas contas tudo ao final...
¥¥¥
Ela “Tentando Ficar Zen” e eu a perturbar também:
Opa! Volte sim, oxente!
Não tem nada a ver com a gente.
E se o cara for carente,
Ou quem sabe até demente?
Talvez um senhor decente,
Ou um ET reluzente,
Desses que transam com a mente?
Corta só o e-mail, e urgente
Apaga a foto e até mente
Permita que se comente
Quem sabe algo inteligente
Possa te deixar contente?
¥¥¥
“E De Repente” era aniversário, um luxo! Ela de bruxa e eu de bruxo:
Mas bruxa aos quarenta e quatro
Tem direito a conversão
Depois eu te mando a fórmula
Tá no livro de porção
Por hora digo: tintin!
Guarde um bolinho pra mim
Tou com a macchina(a velha vassoura) em revisão...
¥¥¥
“Prisioneiro” da escrita, que nem ela:
Uma torrente de emoções
E eu preso por teus grilhões
Gemidos e gritos ouço
Daqui do meu calabouço
Ansioso que me socorras
Das úmidas e vis masmorras...
(Último catre à esquerda, de quem entra, pois daqui não sei quem sai...)
¥¥¥
Na folia dos “Venezianos” eram outras, as máscaras:
Sentei-me à Piazza San Marco
Exausto e de alma largada
Mirava de Deus o arco
Tinha a máscara impregnada
Flagrei-te a tirar a tua
Sem esforço estavas nua
E a minha incorporada...
¥¥¥
Nesta “Viagem”, a graça... era mergulhar na taça:
Sem querer ser mau ou bruxo
Também sem ser tão bonzinho
Mas bem queria o tal luxo
Brincar na taça de vinho...
Saudações, Mademoiselle Du Coundray!
.