Aluísio de Azevedo - Crítica e Justiça
Caricaturas peças e folhetins
Dentro de um bagunçado cortiço
Sob a pele de um estranho mulato
Na escadaria da casa de pensão
Como o pensador do jornal
Secando a lágrima da mulher
Descansa em paz como diplomata
Escrevendo livros como O Japão
No meio termo do século XIX
Em um dito país brasileiro Imperial
Nasce em meio a tantas revoluções
Em São Luís do nosso Maranhão
De parto natural e realista
Tal qual foi as suas escritas
Cresce um exímio escritor-pesquisador
Observando os vícios da população
Sua tinta pinta o povo humilde
A luta contra o preconceito de cor
O determinismo condena o destino
Numa hipocrisia que oculta a opção
O homem é narrado como bicho
Desmascara as mazelas da sociedade
Um escritor que evidencia a miséria
Psicológica de um povo sem condição
Foi lido mais que Machado de Assis
Afronta Gonçalves por não ser ufanista
Há quem diga ser ele um feminista
Assim como Castro Alves retratou a escravidão
Ditou relações com estrangeiros como fez Alencar
Crimes tão impunes e criminosos reverenciados Espelhando-se em Eça de Queiroz
Despertou no leitor a mesma indignação
Este homem é Aluísio de Azevedo
Famoso pela sua psicologia coletiva
Atuou com as ferramentas que tinha
A escrita a coragem e a concepção
Muito marginalizado pela crítica
Mas pelos seus leitores admirado
Pois foi ele destemido em sua época
Ao fazer justiça com as próprias mãos