MEMÓRIAS DE UM MINEIRO
O que não te contaram,
lá em Muzambinho, eu não sei.
O que posso lhe afirmar,
é que o mundo parou, mas ele estava lá.
Invisível como sempre e a aterrorizar
todas as pessoas, indiferentemente
de seus credos ou classes sócias.
O planeta inteiro se contaminou
com esse maldito coronavírus.
As ruas ficarão vazias
para que sua casa continue cheia.
E as notícias, nem sempre são reais.
Há um misto de bullying re(verso),
que nos faz ficar muito confusos
e sem saber ao certo no que acreditar.
Certo é que...
O que a desculpa não cura
é essa grande dor, deixada dentro de nós,
pela ausência de nossos entes queridos,
que tiveram suas vidas ceifadas,
juntamente a outros milhares mundo a fora.
A relação entre “o milagre da sela 7”
e o nosso cotidiano, se assemelha muito.
Como provar a humanidade, com exatidão,
quem é o verdadeiro culpado por tudo isso?
Li nos jornais, na coluna, Notas de Um Mineiro,
que certamente, algum dia haverá de aparecer
um novo alguém, capaz de solucionar tudo isso.
E enquanto não encontro uma solução,
vou vivendo em meus descaminhos bonitos,
ou em um caminhar cada vez, mais aflito.
Já escrevi, uma carta aberta as mães,
com notas de saudades de nossos abraços
e notas de esperanças, de que tudo isso passará.
Agora, começarei a escrever um novo livro.
Ou melhor, dizendo, um memorial pós pandemia,
pois quando tudo isso chegar ao fim,
eu serei mais uma Fênix do século, a renascer.
Mariana (MG), 11 de maio de 2020.
*Esse texto foi composto, usando todos os 16 títulos, já publicados até hoje, dia 11 de maio de 2020, no Recanto das Letras, pelo escritor e poeta, Giovani Arantes Poesia.