surrealismo, desacato, momento...
Momento incoerente
Político, filosófico, sonhos roubados, usurpados, quebrados, destruídos, amotinados, enterrados em covas, ensanguentados no absolutismo, medieval momento...
Retrocesso aos coturnos, às tarjas e condecorações, às patentes, continências para baionetas...
Tempo de expressão ao automático momento, fuzis, balas e canhões no lugar dos corações...
Um tempo deliberado no inconsciente da memória, esquecida a história, resta a retórica da primeira vez como farsa, e da segunda como tragédia.
Mães da memória, rebuscar a história é preciso, é o substantivo do aflitivo momento.
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NÓS MULHERES (MÃES) parideiras de NÓS. (MÃES... Sustento, fim e principio, de todo(as)s nós).
No dia da tragédia da Kiss, @DilmaBr estava no Chile. Quando ficou sabendo, cancelou sua participação na reunião e veio para Santa Maria. Foi até o ginásio local para consolar as famílias, se colocando a disposição.
@JairBolsonaro diz: “sou coveiro!” “E daí?”. Que diferença!
As vezes um gesto, um abraço, uma palavra fazem toda a diferença. (Via Diego Savian)
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Brasil, hoje...
passamos da triste marca de 10 mil mortos, mas e dai? Eu não sou coveiro, eu não faço milagres, eu vou fazer um churrasco, o Brasil vive uma neurose, uma histeria... Passamos de 10 mil mortos, mas e dai.
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DILMÃE ... Minha homenagem vai hoje pra você e representa minhas condolências para com todas as mães que sofrem a perda dos seus amados filhos... #Não tem como dizer FELIZ DIAS MÃES, A DOR DE UMA MÃE é a dor de todas as mães que perderam os seus filhos... É isso...
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Frei Jaime: se as feridas do teu irmão não te causam dor, a tua doença é mais grave que a dele.
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Fúria e mistério, poema de Rene Char
CONSOLAÇÃO
Nas ruas da cidade caminha o meu amor. Pouco importa aonde vai no tempo dividido. Já não é meu amor, todos podem falar-lhe. Ele já não se recorda. Quem de fato o amou?
Procura o seu igual no voto dos olhares. O espaço que percorre é a minha fidelidade. Ele desenha a esperança e ligeiro despede-a. Ele é preponderante sem tomar parte em nada.
Vivo no seu abismo como um feliz destroço. Sem que ele saiba, a minha solidão é o seu tesouro. No grande meridiano onde inscreve o seu curso é a minha liberdade que o escava.
Nas ruas da cidade caminha o meu amor. Pouco importa onde vai no tempo dividido. Já não é meu amor, todos podem falar-lhe. Ele já não se recorda. Quem de fato o amou e de longe o ilumina para que não caia?