CARTA À MÃE
Mãe
É a segunda vez que passo pela data comemorativa do dia das mães sem a sua presença física. Sim, sem sua presença física, pois em espírito estamos em permanente contato. Como não ser assim se foi através de você que vim para este mundo. Se foi com você que aprendi a andar e a falar quase todas as palavras que sei. Sim, foi com você que meus irmãos e eu, éramos cinco, aprendemos a ler e a escrever; as noções básicas de matemática, de história, geografia e muito mais.
Éramos ainda bem pequenos quando você nos ensinou a rezar o Pai Nosso, a Ave Maria, a oração do Anjo da Guarda e nos falou da história sagrada. Lembro-me que rezávamos o terço todas as noites após o jantar.
Bem sei o quanto foi difícil manter nossa família unida após a prematura morte do meu pai. O pouco que tínhamos se transforma em "muito" em suas mágicas mãos. E quase sempre você dizia: "o pouco com DEUS é muito e o muito sem DEUS é nada".
Você tinha múltiplas habilidades. Além de professora, foi educadora quando nos aconselhava, juíza quando interferia nos pequenos conflitos entre os irmãos, oportunidade em que sempre dizia: "só brigam dois quando os dois querem". Foi médica quando, quando com dedicação e muito amor - o melhor dos remédios - curou nossas febres, gripes, conjuntivites, sarampo e outras doenças que tivemos na infância. Foi, acima de tudo um exemplo de dignidade.
Enfim, você foi uma grande mulher na sua dimensão de mãe e uma grande e mãe na sua dimensão mulher.
Agradeço a Deus pelo graça de ser seu filho e tenho certeza de que Ele reservou para você um lugar especial no paraíso de onde continua a velar por todos os seus descendentes.
Wanderil Santos