VELHO TRONCO ( In Memorian )
A poesia é um broto verde,
Que surge por entre as trincas da terra ressequida;
Da árvore ao lado as folhas vão caindo,
Os galhos já secos vão se quebrando,
Dando adeus pra natureza,
Um adeus pra vida.
A poesia surge por entre as trincas,
A lembrar da semente da qual se fez,
Quando o pássaro do aconchego,
Saboreou o fruto doce e suculento;
A poesia surge por entre as trincas,
Por entre as trincas da terra ressequida,
E, sente entre tuas linhas e na alma,
Um frio gélido trazido pelo vento.
E, de repente, ao lado, o velho troco tomba,
Vencido pelos anos, pelo cansaço,
E, pelo sol ardente dos dias,
Quando tudo fazia para fazer sombra,
E, amadurecer seus suculentos frutos;
Mas, a poesia precisa continuar,
Pois é vida que segue. E a poesia é vida,
Apesar da morte...Apesar do luto.