VELHO TRONCO ( In Memorian )

A poesia é um broto verde,

Que surge por entre as trincas da terra ressequida;

Da árvore ao lado as folhas vão caindo,

Os galhos já secos vão se quebrando,

Dando adeus pra natureza,

Um adeus pra vida.

A poesia surge por entre as trincas,

A lembrar da semente da qual se fez,

Quando o pássaro do aconchego,

Saboreou o fruto doce e suculento;

A poesia surge por entre as trincas,

Por entre as trincas da terra ressequida,

E, sente entre tuas linhas e na alma,

Um frio gélido trazido pelo vento.

E, de repente, ao lado, o velho troco tomba,

Vencido pelos anos, pelo cansaço,

E, pelo sol ardente dos dias,

Quando tudo fazia para fazer sombra,

E, amadurecer seus suculentos frutos;

Mas, a poesia precisa continuar,

Pois é vida que segue. E a poesia é vida,

Apesar da morte...Apesar do luto.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 06/05/2020
Código do texto: T6939681
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.