EXORTAÇÃO A UM POETA
Ah, meu amigo poeta, como bendigo tua Lira!
Causa-me inveja ouvir tua cítara dourada;
nas colunas de Carraro cantas tua amada
que desfeita em gozos de poesia etérica, suspira.
Quando escreves deixas cofres de alabastro,
valiosas estatuetas, raridades singulares
e em cada verso a beleza vai deixando um rastro,
humilhando igníferos rubis e diamantes seculares.
Esse louvor imortal que o verso teu revela,
queria que pudesse o mundo trazer abençoado;
será que ninguém ouvirá, contrito, minha querela?
Deem a esse Menestrel o aplauso merecido;
não deverá ser, por fim, recompensado?
Ou será que, como Cristo, ainda é um incompreendido?
Ao amigo e Poeta J.P.NOBRE
(Marinhante, no Recanto das Letras)
Chaplin
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