A PRIMEIRA DAS MULHERES
«Homenagem a Dona Muma»
Foi de nome Mumadona Dias
A mui ilustríssima Condessa,
Do norte veio com mordomias
E com o fermento da Promessa.
A Promessa que já era sonho:
Numa bela história de paixão
Que gerasse futuro risonho
Restaurando um Reino Cristão.
Da régia linhagem de Leão,
Filha de Fernandez e de Onega,
Dando a Hermenegildo a sua mão
Teve seis filhos a nobre galega.
Por morte do ilustre consorte
Seus largos domínios herdou,
Legando a cada filho seu dote
Que mais prestígio acrescentou.
A casta Onega se fez professa,
À luz do exemplo de sua Mãe
Que depois de ter sido Condessa
Se tornara religiosa também.
As terras de Vimaranes ficaram
Nas mãos da sua filha dilecta
As quais logo se transformaram
Em riqueza e fama completa.
Ali se construiu um mosteiro
E um Castelo para a defesa,
De entre os Lusos o primeiro
P´ la sua imponência e beleza.
Grandes foram os rendimentos
Daquela Condessa altaneira:
Cultura, pergaminhos, talentos
Deram à Cidade a dianteira.
À volta dum Castelo brilhante
Emergiu poderoso Condado
Que de guerras foi triunfante
E de vitórias mui afamado…
Mumadona, a primeira mulher
Que ali deixou obra meritória,
Foi por sua inteligência e poder
Um farol de luz e de glória.
Dela descendeu basta prole
De princesas e de Rainhas
Que de moral foram o sol
Daquela Terra e das vizinhas.
Vimaranes gerou Guimarães,
A intrépida Cidade-matriz,
Mumadona, a melhor das mães,
Fez Portugal, fez um País!
Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA