Ele afastou de mim qualquer ameaça da depressão
Ele chegou na minha vida em um dos momentos mais, não digo difícil, mas complicado. Estava dando um giro de 360° na minha vida pessoal. Foi aí que percebi a necessidade de um fiel companheiro. Decidi adota-lo assim que o vi. Um filhote indefeso e pedinte de atenção e muito carinho. Depois de instala-lo no melhor cantinho da casa, providenciei tudo para suas necessidades básicas: água, comida, banheiro, e acessórios para o corpo. A partir daí, não nos separamos mais. São quinze anos de convivência, para um felino doméstico, é uma idade avançada. Percebo que já não tem a mesma agilidade para subir na janela, local que gosta de ficar para apreciar passarinhos e sagüis que moram por perto. Durante toda nossa convivência, passamos bons e maus momentos. Muitas vezes foi a única companhia em noites frias. Voltar do trabalho e de longe já ouvir seus miados dando boas vindas, era a prova viva de eu não estava só, e todo estresse desaparecia. Em tempo algum me deixou sozinha num cômodo da casa, enquanto cozinho, lá está sentado me observando, na sala vendo TV, lá está na sua poltrona ronronando, vou pro quarto dormir, claro, juntos, tem sido assim há 15 anos.
São tantas histórias! Algumas delas, muito marcantes! Quando ainda bebê, acredito que com 3 meses de idade, ele apareceu com pulgas, acho que ainda do Petshop de onde veio, foi então que resolvi comprar uma coleirinha que vinha com um tal medicamento que afastaria os parasitas, mas assim que a coloquei no seu pescoço, ele desmaiou. Meu filho caçula que estava junto, gritou:
“ mãe matamos o Tom!” Foi desesperador! Sacudia daqui, sacudia dali, enfia embaixo da torneira, massageava seu peito freneticamente. Deu resultado. Voltou e ficou olhando, como se dissesse : “ onde estou? O que aconteceu?” Foi horrível! Depois do susto , até as pulgas desapareceram.
Outra vez, quando já era um gatinho adolescente, aconteceu um fato, no mínimo engraçado. Já era tarde da noite, enquanto dormíamos , apareceu uma gatinha no cio, miando ao pé da janela . Ele acordou e de um salto pulou da cama e correu para a área de serviço. Levantei e fiquei observando a cena. Ele sentado na janela e ela sentada na escada que dava acesso ao bloco. Um miava de cá e o outro respondia de lá. Como morávamos no térreo, a altura da janela era pouco mais que um metro do chão, ou seja, para um felino nada que um pulo não resolvesse. Então resolvi dar uma força. Cheguei bem perto dele e falava: “ desce Tom! Vai lá! Desce! Mas ele só miava desesperadamente. Não tinha coragem de pular a janela. Enquanto isso, a gatinha ia de uma janela a outra, ele corria da área para a janela do quarto. Bom, para resumir esta história, depois de umas duas horas, cheguei pra ele e disse bem sério: “ já chega Tom! Melhor irmos dormir! Esta não deve ser uma gatinha de família, senão não estaria na rua a esta hora! Vamos dormir! Por incrível que pareça, ele me entendeu direitinho, pelo menos a parte de ir dormir, pois se enfiou debaixo do edredom e fomos dormir. Por mais alguns minutos a gatinha continuou miando na janela, depois foi embora.
Numa outra ocasião, ele criou coragem e pulou a janela, brincou um pouco lá fora, depois retornou. No outro dia, no outro dia, no outro dia... Até que em um desses dias , pulou a janela, desceu até a garagem, por lá deve ter encontrado a tal gatinha, pois não voltou no tempo que costumava voltar. Desci, procurei, chamei e nada. As horas foram passando, meu desespero aumentando e nada! Fui deitar deixando as janelas abertas. Passei a noite em claro! No dia seguinte, tinha que me arrumar para o trabalho. Comecei me organizar, e nada do boêmio voltar. Com as horas passando, ele na rua, eu sem saber por onde andava, como ir trabalhar? Liguei no trabalho e falei que tinha acordado com uma indisposição, não dava pra falar qual era o verdadeiro motivo. Desistindo de ir ao trabalho, fui dar umas voltas no condomínio, sai perguntando se alguém o tinha visto. Nenhuma notícia. Já estava dando oito horas da manhã , liguei a TV e comecei a tomar meu café, foi quando adentra pela janela da sala, um gato todo assustado, passou direto para seu cantinho onde estava a comida, parecia que nem tinha me visto sentada ali com todas as minhas olheiras por ter passado a noite em claro. Chamei asperamente: “ Tom! Onde você passou a noite? Sabia que nem fui trabalhar por causa da sua irresponsabilidade?” Ele simplesmente largou o prato de comida, todo desconfiado me medindo dos pés a cabeça e subiu para sua poltrona, indo dormir. Dormiu praticamente o dia inteiro! Até hoje não sei por onde andou, se tem lá pelas aquelas bandas filhos e netos, não sabemos.
Depois dessa aventura nunca mais saiu a noite, pois comecei a manter as janelas fechadas e pouco tempo depois nos mudamos do bairro.
Sempre foi um felino saudável, exigente, nunca comeu nada que não fosse sua ração, sabor carne, claro, nem chega perto de qualquer outro sabor, muito higiênico, gosta muito de brincar com a água da torneira, em todos os seus anos de vida, só ficou doente uma vez, precisando de cuidados médicos, mas isso já com bastante idade. Hoje, como falei no início desse relato, está um gato idoso, mas isso não o deixou menos saudável e companheiro , digamos que pouco sociável. Prefere sua almofada a ficar na janela observando passarinhos e sagüis! Nunca foi muito fã de crianças, no endereço anterior, elas a perturbava enquanto ficava na janela em seus banhos de sol.
A tanto companheirismo e cumplicidade , resolvi fazer uma homenagem. Tatuei meu fiel escudeiro na pele. Foi, digamos que engraçado, quando cheguei com a foto e pedi ao tatuador o serviço. Ele me perguntou se se tratava de um gato vivo. Falei:
“ sim, claro!” Me pareceu surpreso. Comentou com o parceiro: “ ela vai tatuar seu gatinho e ele ainda está vivo!”
Não gostei do comentário, falei:
“ prefiro fazer esta homenagem com ele vivo, vai se reconhecer na minha perna, afinal, fica no meu pé o dia todo! “ O tatuador riu e foi fazer seu trabalho sem comentários infelizes.
São anos de convivência, com certeza nos entendemos, só quem tem esses animaizinhos em casa, saberá do que estou falando.
Esta é uma pequena parte do que significa o Tom em minha vida, tão importante quanto qualquer ser humano do seio da minha família. Sabemos da importância de um para o outro. A sua presença em casa afastou qualquer fantasma que se atrevesse a aproximar para desviar a minha vontade de continuar lutando por dias melhores.
Ele chegou na minha vida em um dos momentos mais, não digo difícil, mas complicado. Estava dando um giro de 360° na minha vida pessoal. Foi aí que percebi a necessidade de um fiel companheiro. Decidi adota-lo assim que o vi. Um filhote indefeso e pedinte de atenção e muito carinho. Depois de instala-lo no melhor cantinho da casa, providenciei tudo para suas necessidades básicas: água, comida, banheiro, e acessórios para o corpo. A partir daí, não nos separamos mais. São quinze anos de convivência, para um felino doméstico, é uma idade avançada. Percebo que já não tem a mesma agilidade para subir na janela, local que gosta de ficar para apreciar passarinhos e sagüis que moram por perto. Durante toda nossa convivência, passamos bons e maus momentos. Muitas vezes foi a única companhia em noites frias. Voltar do trabalho e de longe já ouvir seus miados dando boas vindas, era a prova viva de eu não estava só, e todo estresse desaparecia. Em tempo algum me deixou sozinha num cômodo da casa, enquanto cozinho, lá está sentado me observando, na sala vendo TV, lá está na sua poltrona ronronando, vou pro quarto dormir, claro, juntos, tem sido assim há 15 anos.
São tantas histórias! Algumas delas, muito marcantes! Quando ainda bebê, acredito que com 3 meses de idade, ele apareceu com pulgas, acho que ainda do Petshop de onde veio, foi então que resolvi comprar uma coleirinha que vinha com um tal medicamento que afastaria os parasitas, mas assim que a coloquei no seu pescoço, ele desmaiou. Meu filho caçula que estava junto, gritou:
“ mãe matamos o Tom!” Foi desesperador! Sacudia daqui, sacudia dali, enfia embaixo da torneira, massageava seu peito freneticamente. Deu resultado. Voltou e ficou olhando, como se dissesse : “ onde estou? O que aconteceu?” Foi horrível! Depois do susto , até as pulgas desapareceram.
Outra vez, quando já era um gatinho adolescente, aconteceu um fato, no mínimo engraçado. Já era tarde da noite, enquanto dormíamos , apareceu uma gatinha no cio, miando ao pé da janela . Ele acordou e de um salto pulou da cama e correu para a área de serviço. Levantei e fiquei observando a cena. Ele sentado na janela e ela sentada na escada que dava acesso ao bloco. Um miava de cá e o outro respondia de lá. Como morávamos no térreo, a altura da janela era pouco mais que um metro do chão, ou seja, para um felino nada que um pulo não resolvesse. Então resolvi dar uma força. Cheguei bem perto dele e falava: “ desce Tom! Vai lá! Desce! Mas ele só miava desesperadamente. Não tinha coragem de pular a janela. Enquanto isso, a gatinha ia de uma janela a outra, ele corria da área para a janela do quarto. Bom, para resumir esta história, depois de umas duas horas, cheguei pra ele e disse bem sério: “ já chega Tom! Melhor irmos dormir! Esta não deve ser uma gatinha de família, senão não estaria na rua a esta hora! Vamos dormir! Por incrível que pareça, ele me entendeu direitinho, pelo menos a parte de ir dormir, pois se enfiou debaixo do edredom e fomos dormir. Por mais alguns minutos a gatinha continuou miando na janela, depois foi embora.
Numa outra ocasião, ele criou coragem e pulou a janela, brincou um pouco lá fora, depois retornou. No outro dia, no outro dia, no outro dia... Até que em um desses dias , pulou a janela, desceu até a garagem, por lá deve ter encontrado a tal gatinha, pois não voltou no tempo que costumava voltar. Desci, procurei, chamei e nada. As horas foram passando, meu desespero aumentando e nada! Fui deitar deixando as janelas abertas. Passei a noite em claro! No dia seguinte, tinha que me arrumar para o trabalho. Comecei me organizar, e nada do boêmio voltar. Com as horas passando, ele na rua, eu sem saber por onde andava, como ir trabalhar? Liguei no trabalho e falei que tinha acordado com uma indisposição, não dava pra falar qual era o verdadeiro motivo. Desistindo de ir ao trabalho, fui dar umas voltas no condomínio, sai perguntando se alguém o tinha visto. Nenhuma notícia. Já estava dando oito horas da manhã , liguei a TV e comecei a tomar meu café, foi quando adentra pela janela da sala, um gato todo assustado, passou direto para seu cantinho onde estava a comida, parecia que nem tinha me visto sentada ali com todas as minhas olheiras por ter passado a noite em claro. Chamei asperamente: “ Tom! Onde você passou a noite? Sabia que nem fui trabalhar por causa da sua irresponsabilidade?” Ele simplesmente largou o prato de comida, todo desconfiado me medindo dos pés a cabeça e subiu para sua poltrona, indo dormir. Dormiu praticamente o dia inteiro! Até hoje não sei por onde andou, se tem lá pelas aquelas bandas filhos e netos, não sabemos.
Depois dessa aventura nunca mais saiu a noite, pois comecei a manter as janelas fechadas e pouco tempo depois nos mudamos do bairro.
Sempre foi um felino saudável, exigente, nunca comeu nada que não fosse sua ração, sabor carne, claro, nem chega perto de qualquer outro sabor, muito higiênico, gosta muito de brincar com a água da torneira, em todos os seus anos de vida, só ficou doente uma vez, precisando de cuidados médicos, mas isso já com bastante idade. Hoje, como falei no início desse relato, está um gato idoso, mas isso não o deixou menos saudável e companheiro , digamos que pouco sociável. Prefere sua almofada a ficar na janela observando passarinhos e sagüis! Nunca foi muito fã de crianças, no endereço anterior, elas a perturbava enquanto ficava na janela em seus banhos de sol.
A tanto companheirismo e cumplicidade , resolvi fazer uma homenagem. Tatuei meu fiel escudeiro na pele. Foi, digamos que engraçado, quando cheguei com a foto e pedi ao tatuador o serviço. Ele me perguntou se se tratava de um gato vivo. Falei:
“ sim, claro!” Me pareceu surpreso. Comentou com o parceiro: “ ela vai tatuar seu gatinho e ele ainda está vivo!”
Não gostei do comentário, falei:
“ prefiro fazer esta homenagem com ele vivo, vai se reconhecer na minha perna, afinal, fica no meu pé o dia todo! “ O tatuador riu e foi fazer seu trabalho sem comentários infelizes.
São anos de convivência, com certeza nos entendemos, só quem tem esses animaizinhos em casa, saberá do que estou falando.
Esta é uma pequena parte do que significa o Tom em minha vida, tão importante quanto qualquer ser humano do seio da minha família. Sabemos da importância de um para o outro. A sua presença em casa afastou qualquer fantasma que se atrevesse a aproximar para desviar a minha vontade de continuar lutando por dias melhores.